Júlia Caparroz foi presa em flagrante no dia oito de agosto quando desembarcava no Porto do Grego, em Santana, pelos crimes de uso de documento falso (carteira de identidade, CPF e carteira de habilitação), falsidade ideológica e falsa identidade.
Com 14 mandados de prisão em aberto, Júlia veio de navio de Belém para Macapá fugindo da justiça. Em 2017 ela foi apontada como a maior fraudadora da Justiça Especial de São Paulo, de onde era a maioria dos mandados.
No habeas corpus impetrado no Superior Tribunal de Justiça (STJ), ela alega que o fato configura crime impossível, dado o uso de documento “grosseiro” e de fácil detecção, conforme relato policial. Diz que tem residência fixa em Macapá, com filhos matriculados em escolas locais e transferência de domicílio eleitoral da família para o Amapá.
Garante que se for solta, não irá cometer os mesmos crimes, já que sua inscrição na OAB estaria suspensa. Ela pediu que seja revogada a prisão preventiva ou substituição da prisão domiciliar com monitoramento eletrônico.
A ministra Marluce Caldas negou o pedido de soltura considerando que a existência de 14 mandados de prisão configura risco de continuidade dos crimes. Lembrou que Júlia foi presa quando estava em fuga usando documentos falsos.
“O decreto também destacou que o modus operandi evidencia sofisticação criminosa na utilização de documentos falsos para burlar a aplicação da lei penal”, concluiu a decisão.
Os golpes
Júlia Caparroz, como advogada, usava o nome de várias pessoas que nem a conheciam para entrar com ações de indenização por danos morais. As indenizações normalmente eram inferiores a R$ 20 mil, por isso os processos vão para a Justiça Especial, conhecida também como “pequenas causas”.
Neste tipo de tribunal, o autor da ação normalmente não precisa comparecer às audiências, somente o advogado. Depois que ganhava as ações, a advogada não repassava o dinheiro para os verdadeiros donos. Ela aplicou a maioria dos golpes em cidades do interior de São Paulo, mas também há registros no Rio Grande do Norte.
*Informações postadas no site Conecta Amapá.
Comentários
Postar um comentário