Andressa Leão, de 29 anos, empreendedora e casada, hoje pode dizer que vive sua vida em paz e harmonia. Mas antes, ao achar que certas atitudes masculinas eram amor e cuidado, sofreu violência doméstica e nem sabia.
Depois de participar da inauguração da “Sala Lilás” na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), em Santana, no último dia 8 de agosto, resolveu “ser voz” na luta contra a violência doméstica e de gênero na campanha Agosto Lilás realizada pelo Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP).
Convidada pela Coordenadoria da Mulher e pela Secretaria de Comunicação do TJAP para protagonizar campanha de combate à violência doméstica e de gênero, Andressa sentiu-se à vontade para compartilhar sua história de superação e autoconhecimento.
A profissional da beleza quer ser exemplo para outras mulheres vítimas de violência para que, assim como ela, também criem coragem para denunciar e refletir sobre as atitudes que são disfarçadas de amor:
“Eu era muito nova e achava que o ciúme excessivo era porque existia o sentimento e estava tudo bem. E que os gritos e ameaças aconteciam, mas que iam cessar no outro dia. Mas nunca cessava”, relatou.
Após sair do relacionamento abusivo e refazer a vida após 11 anos de sofrimento – onde enfrentou diversos transtornos como Boderline, ansiedade e depressão –, conseguiu se reerguer, está em um novo relacionamento e hoje se diz “feliz, amada e respeitada”. Andressa deseja que outras mulheres façam o mesmo: deem fim ao ciclo de violência.
O Ciclo da Violência é composto de três fases: Ato de Tensão, Ato de Violência e Ato de Arrependimento. A repetição cíclica das etapas tende a ocasionar que a agressão seja cada vez mais grave e habitual. Quanto mais vezes o ciclo se completa, menos tempo vai precisar se completar na próxima vez e a intensidade e gravidade dos eventos aumentam com o tempo.
Sônia Ribeiro, secretaria da Coordenadoria da Mulher, fala da coragem de Andressa em ajudar várias mulheres:
“Nós da Coordenadoria da Mulher trabalhamos com políticas judiciárias de prevenção e enfrentamento à violência doméstica, familiar e de gênero, e ter uma pessoa que se dispõe a dizer onde dói, onde doeu, como ela conseguiu superar toda essa violência, como se identificou e saiu do Ciclo da Violência é muito gratificante. Andressa disse que é o projeto da vida dela e estaremos aqui para apoiar”.
E Andressa, que teve todo o apoio e acolhimento da CEVID, deixa um recado.
“Nunca mais permita que calem a sua voz. Nunca esqueça que você não está sozinha. E se hoje você só está sobrevivendo, lembre-se que estou aqui como prova viva de que dá pra voltar a viver.”.
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