Sabão Sustentável e Sabores da Amazônia: Alunos da Escola Augusto Antunes aprendem aliando Ciência, Cultura e Criatividade

Na Escola Estadual Augusto Antunes, localizada no bairro Nova Brasília, em Santana, educação e inovação caminham lado a lado. 

No primeiro semestre, estudantes do ensino médio protagonizaram verdadeiras revoluções nas aulas eletivas, misturando ciência, sustentabilidade e os sabores únicos da Amazônia em projetos que encantaram a comunidade escolar. 

Na eletiva “Ciência: Aprenda e Ensine”, os discentes deram um show de consciência ambiental ao produzir sabão sustentável a partir de óleo de cozinha usado, reaproveitado diretamente da merenda escolar. 

A atividade, conduzida pela professora de Biologia Márcia Dias, foi mais do que uma aula prática de química: foi um convite à reflexão sobre o impacto do descarte incorreto de resíduos e o poder das pequenas atitudes na preservação ambiental.

“Gostei demais de participar da produção do sabão. A maioria dos colegas ficou curiosa para saber como era feito e de onde vinha a matéria-prima. Aprender isso foi muito importante, porque mostrou que dentro da nossa própria comunidade existem pessoas que se preocupam com o meio ambiente. Teve colega pedindo para a gente ensinar o passo a passo, com a mão na massa mesmo! Foi muito gratificante ver que nossa ação teve uma aceitação tão positiva”, contou ao blog o aluno Vinicius Carvalho, de 17 anos. Porém, a eletiva não parou por aí. 

A turma mergulhou também na cultura e na gastronomia local, desenvolvendo receitas criativas com ingredientes típicos do Amapá. 

A tradicional pupunha, geralmente servida cozida, se reinventou em forma de cookies e bolos. Já o poderoso açaí, ícone da alimentação amazônica, virou estrela de uma torta que fez sucesso entre professores, alunos e visitantes. 

A base para tanta criatividade surgiu durante uma visita técnica dos alunos ao SENAI, onde os estudantes conheceram de perto projetos sustentáveis e foram incentivados a pensar de forma empreendedora, valorizando os insumos regionais. 

A vivência foi tão marcante que os alunos voltaram cheios de ideias e famintos por inovação, conta a Professora Elissandra Lopes, coordenadora do projeto Cozinha Amazônica. Os alunos amaram a iniciativa. 

“Eu nunca imaginei que dava pra fazer cookie ou bolo com pupunha. E ficou gostoso, viu? Foi uma descoberta muito legal sobre como usar o que temos por aqui de um jeito diferente e criativo. Aprendi muito sobre nossa cultura”, comentou um dos participantes. 

A visita ao SENAI foi considerada um divisor de águas para muitos alunos.

“A gente saiu de lá acreditando mais em nosso potencial. Vimos que é possível empreender, inovar e valorizar o lugar de onde viemos. É esse tipo de aprendizado que a gente quer levar pra vida”, afirmou um estudante durante a culminância das eletivas. 

Quem também se empolgou com a experiência foi a aluna Emilly Virgolino, que falou com brilho nos olhos sobre a inspiração que veio do cookie degustado durante a visita: 

“Nossa ida ao SENAI foi uma verdadeira faísca de inspiração. Lá, experimentamos um cookie de pupunha com gotas de chocolate, que nos marcou não só pelo sabor incrível, mas pela ideia de misturar inovação com a nossa cultura. Voltamos determinados a criar receitas que celebrassem a Amazônia: e na cozinha da escola, fizemos bolo de pupunha, cookie com chocolate e torta de açaí. Foi mágico ver os colegas animados para provar cada prato e cheios de perguntas sobre as receitas. A gente conseguiu mostrar que a culinária também conta histórias, e que a nossa é rica, saborosa e cheia de identidade”. 

A experiência vivida pelos estudantes da Escola Augusto Antunes é um exemplo poderoso de como a escola pública pode ser território fértil de transformação social, criatividade e pertencimento. 

O sabão sustentável e os sabores da floresta não foram apenas experimentos, foram sementes de conhecimento, consciência e orgulho amazônico plantadas com muito amor e mãos jovens.

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