Morre o ex-jogador Antônio Trevisani, uma lenda do futebol amapaense

O futebol amapaense está de luto. Faleceu nesta terça-feira (23), na cidade capixaba, o ex-jogador Antônio Sérgio Trevisani aos 73 anos de idade. Sua morte foi confirmada pelos familiares e postada nas redes sociais. 

Trevisani foi um dos nomes de jogadores mais conhecidos e conceituados nos campos de futebol do então Território Federal do Amapá e no Norte brasileiro. 

Praticamente viveu grande parte de sua infância e adolescência na histórica Vila Amazonas, conjunto residencial construído pela mineradora ICOMI (empresa onde seu pai trabalhou por quase 40 anos e ajudou a implantar no Amapá no início da década de 1950). 

Família Trevisani 

Mesmo morando fora do Estado do Amapá há quase três décadas, Trevisani costumava vir às terras tucujus na anualmente, muitas vezes a convite de antigos amigos e colegas de trabalho. 

Concedeu uma entrevista ao blog Santana do Amapá em 2015, onde contou detalhes da história de sua família e de seu pai Antônio Trevisani (este já falecido no ano de 2002).

“Viemos em 1953 para o Amapá a convite da direção da ICOMI. A princípio meu pai assumiu um cargo no setor de compras e ficamos dormindo em barracões construídos em frente ao porto (que ainda estava em construção), que ali chamavam de ‘Vila Papelão’. Não havia nada do que hoje vemos a cidade de Santana”, disse o ex-jogador, em um trecho da longa entrevista de mais de quatro horas ao blog. 

Relatou que seu pai, mesmo sendo um funcionário assíduo e exemplar, amava futebol e isso lhe deu a idéia de criar um dos clubes esportivos mais antigos do Amapá: o Santana Esporte Clube. 

Com isso, em 1955, cerca de 40 funcionários ativos da mineradora ICOMI (entre eles, o pai de Trevisani) fundariam o conhecido ‘Canário Milionário’, um dos times mais bem patrocinados e respeitados da época. 

“Naquela época era mais quem queria jogar no Santana Clube, mas a prioridade estava nos filhos dos funcionários ou servidores diretos da companhia. Toda a equipe técnica quase sempre era contratada de fora do Amapá, e isso tornava o clube mais imbatível”, relembra.

Conta que ingressou no grupo denominado ‘Santaninha’ em 1960 e de lá não parou mais. Seguiu logo para os treinos do time oficial do ‘canário’ quando tinha 16 anos e com 18 já estava nos jogos mais acirrados do time. 

“Não sei quantos jogos participei pelo Santana Clube, mas acho que passou de cem partidas”, brincou. Trevisani se manteve na agremiação entre 1960 e 1978, quando anunciou sua retirada dos campos de futebol, ficando apenas como apoiador do clube fundado pela família. 

Livro 

Ainda no ano de 2015, quando o ‘canário’ completou 60 anos de fundação, um livro biográfico sobre a família Trevisani foi lançado no Amapá, de autoria de Cléo Araújo. 

O livro possui diversos episódios marcantes e ‘causos’ da trajetória esportiva e social dessa família que contribuiu no desenvolvimento dos primeiros anos do terriório amapaense. 

Amigos lamentaram sua morte 

A notícia da morte deste ícone dos campos de futebol amapaense pegou inúmeros desportistas de surpresa, principalmente quem reside na cidade de Santana, onde Trevisani construiu seu nome.

“Mesmo com muita tristeza pelo falecimento do meu amigo, minha singela homenagem ao craque Antonio Trevizani. Muito obrigado por tudo que fizeste pelo Canário e pelo futebol do Amapá”, disse o professor Sérgio Guedes, amigo do ex-jogador, pelo Facebook. 

Assim que tomou conhecimento da morte do ex-jogador, o prefeito de Santana Sebastião Bala Rocha emitiu uma Nota de Pesar, descrita abaixo: 

“A Prefeitura de Santana vem à público, manifestar profundo pesar, pelo falecimento de Antônio Sérgio Trevizani, ex-jogador de futebol que brilhou nos gramados dos amapaenses. Ele faleceu nesta terça-feira, 23, no estado do Espirito Santo. 

O ex-atleta, nos deu a honra de vestir a camisa do Independente Esporte Clube e do Santana Esporte Clube, nossos times locais. Neste momento de tristeza, enviamos nossas condolências a todos os familiares e amigos de Trevizani. Rogamos a Deus, que em sua infinita bondade, conforte o coração de todos neste momento de dor”.