Funcionários alegam agressões de parentes de pacientes e pedem segurança no HE de Santana

Um grupo com cerca de 50 técnicos de enfermagem reivindicou mais segurança para trabalhar em protesto feito na manhã desta segunda-feira (25) em frente ao Hospital de Emergência de Santana, distante 17 quilômetros de Macapá. A unidade é a maior e a principal do município. 

Os trabalhadores dizem ter registrado quatro boletins de ocorrência nas duas últimas semanas por agressões, físicas e verbais, sofridas durante os plantões. Os responsáveis pela violência seriam acompanhantes de pacientes, revoltados com a fraca estrutura no atendimento do local. 

A falta de película para impressão de Raio-x e inatividade da máquina de hemograma, são alguns dos problemas relatados. Os funcionários confirmam o problema e cobram também melhorias. 

“Hemograma é fundamental para diagnosticar a condição clínica do paciente e a máquina está parada há cerca de 10 dias. Já sobre a película para impressão, faz quatro semanas que estamos sem, aí o paciente tem que fazer o registro com o celular, o que não é nada recomendável”, contou o técnico de enfermagem Cidivander Pompeu, de 28 anos. 

Em nota a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que o exame de hemograma está sendo realizado normalmente. Quanto à película para Raio-x, “a secretaria disse não ter sido notificada sobre o problema”. 

A Sesa completou ainda que os hospitais estão operando com um sistema digital, onde o exame fica disponível ao médico a qualquer momento no computador, diminuindo o uso da película. 

Apesar disso, as impressões não devem deixar de serem feitas, com o retorno do serviço previsto para as próximas semanas. 

Mesmo com a justificativa, os trabalhadores temem que os problemas continuem e novas agressões possam acontecer dentro do ambiente de trabalho. 

“Em 15 de março aconteceu um caso em que o pai de uma criança que não conseguia atendimento, se revoltou contra uma técnica de enfermagem e xingou ela de tudo possível. Quando entrei na sala, ele também me agrediu verbalmente e chegou ameaçar me bater”, relatou o trabalhador, que diz não se sentir seguro no hospital. 

Os técnicos temem que se repita o que aconteceu no Hospital de Emergência da capital, quando um adolescente, de 17 anos, armado adentrou o local, sem muita dificuldade, e matou um suspeito de homicídio que estava internado na unidade. 

Pompeu, que trabalha há cinco anos no local, completa que o problema já foi levado até a direção do hospital, que informou que os próprios policiais se negam a trabalhar na unidade por causa da não existência de um local onde a equipe possa ficar nas trocas de turno.

“Trabalhar sobre pressão e xingamentos abala o nosso psicológico. E na nossa área isso pode ser fatal, porque lidamos com vidas humanas”, lamenta o técnico em enfermagem. 

Ainda segundo a Sesa, foi pedido ao 4º Batalhão de Polícia Militar para que coloque uma equipe de segurança no HE de Santana. Entretanto, a corporação disse não ter contingente suficiente para realizar o trabalho. 

Atualmente a segurança do local vem sendo feita com rondas diárias pela região, aumento da iluminação pública e sistema de câmeras de segurança dentro do hospital, disse a secretaria.

Informações postadas no G-1 Amapá

Comentários