Pedagogia Restaurativa: Projeto que busca aprimorar educadores é lançado em Santana

Uma parceria entre o Tribunal de Justiça do Estado do Amapá (TJAP), o Ministério Público do Estado, a Universidade Federal do Amapá (Unifap) e a Secretaria Municipal de Educação de Santana resultou no lançamento, na manhã desta quarta-feira (27), no auditório da Escola Grupo Perspectivas Construtivas (GPC), o Projeto Pedagogia Restaurativa Sistêmica. 

A iniciativa, que tem como objetivo a capacitação de professores, pedagogos e outros servidores de escolas municipais de Santana em práticas como os círculos restaurativos e constelações familiares, apresentou as metodologias que serão ministradas, primeiramente na Escola Municipal Professora Maria Ilnah de Souza. 

De acordo com a juíza Larissa Noronha, titular da Vara da Infância e da Juventude do Fórum de Santana, o trabalho é resultado desta parceria já antiga com o Núcleo de Mediação e Práticas Restaurativas do MP em Santana. 

“Inicialmente a formação será para o corpo docente da Escola Maria Ilnah, e teremos por parte da Unifap uma ajuda com um diagnóstico inicial, para preparar nossa abordagem, e outra no fim do ano, para verificar até que ponto as metodologias ensinadas puderam contribuir para melhorar a situação local, especialmente em relação às relações interpessoais entre professores e estudantes, mas também entre a instituição e as famílias destes alunos”, explicou. 

A promotora de Justiça Sílvia Canela, que coordena o Núcleo de Mediação do MP-AP em Santana, explicou que este trabalho “é derivado de uma iniciativa mais antiga, o projeto Escola Restaurativa, que ampliamos ao agregar às práticas restaurativas já aplicadas a constelação sistêmica enquanto ferramenta”. 

Segundo a promotora, “nas rotinas da constelação sistêmica queremos levar aos corpos docente e discente uma visão sistêmica, uma consciência não só de seu papel individual dentro de cada grupo de relações, como o papel de cada um dos outros componentes deste grupo, reservando um especial cuidado e respeito com o lugar de cada um”. 

A titular da Secretaria Municipal de Educação de Santana, professora Carmen Queiroz da Paz, é uma entusiasta da iniciativa e fez questão de prestigiar este momento. 

“Não só a Secretaria de Educação como a própria Prefeitura de Santana recebem muito bem a iniciativa, principalmente na perspectiva de aprimorar não somente a vivência, a presença e o rendimento do alunato na escola, mas também aproximar a participação familiar desta parte da história e da formação de seus filhos”, garantiu, acrescentando que acredita em tais ferramentas como “fortalecedoras dos valores familiares e de cidadania que às vezes pensamos estarem perdidos nos dias atuais”. 

A diretora da Escola Maria Ilnah de Souza Almeida, professora Maria José Amaral, registrou sua gratidão por ter em sua escola o primeiro alvo desta iniciativa. 

“Creio que esta capacitação vai contribuir muito não só para resultados em termos de rendimento, mas de aprimoramento profissional dos professores e pedagogos e mesmo pessoal de cada um que participar direta ou indiretamente do projeto”, assegurou, ressaltando em seguida que o público diretamente atingido pelo projeto será de cerca de 30 profissionais do ensino e mais cerca de 400 estudantes. 

O professor da Escola Piauí e coordenador do Programa Educação para a Paz (E-Paz) em Santana, Jorge Carmona, já testemunhou o impacto positivo das práticas restaurativas em ambiente escolar. 

“Na Escola Municipal Piauí, que aderiu integralmente à metodologia da Pedagogia Relacional Restaurativa, conseguimos melhorar no IDEB (Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico) em nove décimos, o que é uma marca muito importante para quem conhece o índice”, esclareceu. 

O Ideb varia de 0 a 10 e é aferido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

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