BRUMASA: Há 50 anos, uma fábrica escreveria história no progresso do Amapá

1970: Vista aérea da Brumasa, em Santana

Em fevereiro de 1968, passaria a funcionar em Santana a fábrica de compensados da empresa Bruynzeel Madeira S.A. (BRUMASA). 

Tal empreendimento, originado de um acordo entre a ICOMI e um grupo de empresários holandeses, teve como atividade principal a fabricação de compensados a partir dos recursos florestais locais, como também a exploração da virola (Virola surinamensis). 

Montagem das estruturas da fábrica em Santana

Como surgiu a Brumasa em Santana? 

Em janeiro de 1967, a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) declarou oficialmente a Bruynzeel Madeiras S/A (BRUMASA) empreendimento de fundamental interesse para a região amazônica. 

Isto significou o reconhecimento dos elevados propósitos e dos esforços de dois grandes grupos empresariais que, anos antes, haviam deliberado reunir os seus recursos financeiros e sua capacidade técnica, com o objetivo de industrialização de madeira da Amazônia, produzindo compensados da melhor qualidade. 

Guindaste alimentador de toras

Fusão de Recursos e Técnica 

Na manhã daquele dia 03 de fevereiro de 1968, a BRUMASA teria a satisfação de ver coroados os seus esforços, com a inauguração de sua fábrica em Porto de Santana, no Amapá, iniciando um novo capítulo na sua história. 

A atividade fabril da BRUMASA começaria após anos de estudos e pesquisas relacionados com um projeto industrial cuidadosamente elaborado, e o suprimento de madeira, pelo inventario dos recursos florestais da região. 

A partir de 1965 o projeto passou a tomar corpo, integrando a mais moderna tecnologia na especialidade. Isso foi possível pela feliz conjugação da capacidade empresarial e da especialização de cada um dos dois grupos associados no investimento: a empresa brasileira ICOMI, cujas atividades no Amapá eram a mais importante contribuição ao desenvolvimento da região, e o grupo holandês BRUYNZEEL cuja experiência em industrialização de madeiras tropicais e comercialização dos produtos no mercado internacional lhe deram renome inconteste. 

1969: Fábrica e Casa de Força da Brumasa

A decisão destes dois grupos empresariais, de juntarem seus recursos e capacidade técnica, se consubstancia na Bruynzeel Madeiras S/A (BRUMASA), na realidade de uma expressiva combinação de recursos e de técnica, destinada a seguro êxito. 

Com essa gigantesca parceria e investimentos, em 1970 o setor extrativismo vegetal correspondeu a 32,4% do valor de produção da economia amapaense. 

Sua fábrica foi erguida numa área de quase 610.000m², chegando a manter uma produção de compensados em 1975 de 17.000m³, adicionando-se a essa mesma linha uma de sarrafeados, com capacidade de 10.000m³. 

Aspecto interno das instalações da fábrica

Historicamente, A BRUMASA seria a segunda empresa, depois da ICOMI, a ter uma participação fundamental no comércio exterior do Amapá no período de 1970 a 1985, chegando a posicionar-se como a 11ª empresa de laminados no ranking nacional, em 1977. 

Em paralelo com sua produção, a Brumasa também executaria um programa de reflorestamento com as espécies Virola, pinus, caribeeu, e em menor proporção, de eucaliptos e ginelina. 

Em 1979, A ICOMI adquiriu a participação da Bruynzeel, passando a deter 100% das ações. 

Dez anos depois – mais precisamente em fevereiro de 1989 – devido ao esgotamento da virola no Amapá, a BRUMASA seria vendida para a Indústria Trevo, que, mesmo após encerrar definitivamente suas atividades operacionais em Santana em novembro de 1990, a revendeu em 1991, para a Companhia Íbero-Americana.

Atualmente sua área e antigas instalações estão integradas às da fábrica de cavacos da Amapá Celulose S.A. (AMCEL), na cidade de Santana, às margens do Rio Amazonas.