“Comunidade em Círculos”: Projeto começa a funcionar na área portuária de Santana

O Ministério Público do Amapá (MP-AP) e o Tribunal de Justiça do Estado (TJAP), em parceria com o Município de Santana deram início, no último sábado (25/11), a um projeto de Justiça Restaurativa na comunidade do Ambrósio, localizada na área portuária Santana. 

A primeira atividade ocorreu na Escola Estadual Afonso Arinos, onde a comunidade participou dos primeiros Círculos de Diálogos. 

Os círculos, facilitados por voluntários e colaboradores dos Núcleos de Práticas Restaurativas de Santana, do CEJUSC e de Servidores do TJAP, buscou captar as demandas mais relevantes e de maior projeção na comunidade para produzir, por meio do diálogo interinstitucional, projetos, programas e soluções com a finalidade de aprimorar a qualidade de vida e a cidadania dos residentes. 

Na abertura, a coordenadora do Núcleo de Práticas Restaurativas de Santana, promotora de Justiça Silvia Canela, explicou que essas atividades, dentre outras finalidades, permitem aos moradores criar ou restabelecer verdadeiras conexões entre si e com o seu entorno.

“Além disso, desperta três comportamentos fundamentais para nos relacionarmos melhor em nossos grupos sociais. São eles, a reumanização , ou seja, quando você passa a se olhar e olhar para o outro com amor e compaixão; a outra é sentimento de empoderamento - "sim, eu posso". O cidadão se vê como indivíduo capaz de ser protagonista de sua própria história e transformar sua vida e, por fim, o senso de pertencimento, gerando no cidadão a necessidade de cuidar de si e dos demais membros de sua comunidade. Isso faz nascer o desejo de colaborar com a comunidade”, acrescentou Silvia Canela. 

Tímidos no início, aos poucos os moradores começaram a falar sobre seus problemas e os da comunidades. Os jovens relataram que não há espaço para lazer, nem oportunidades de trabalho. 

Além disso, disseram que aumentou a influência do tráfico de drogas na região, com a consequente elevação dos índices de criminalidade. 

Não há creche no lugar, prejudicando especialmente as mães, que não podem buscar um emprego para contribuir com a renda familiar. O único posto de saúde da área está fechado, o Centro Comunitário não funciona, e há, também, deficiência na prestação dos serviços básicos como educação, transporte e distribuição de água potável. 

Todas essas informações vão constar em relatórios a serem enviados aos respectivos responsáveis, para que as soluções possam ser agilizadas. 

A comunidade vai poder acompanhar de perto todo esse processo, fiscalizando e cobrando, ao lado do MP-AP e TJAP, que as melhorias cheguem o mais rápido possível. 

Participaram, ainda, do lançamento do projeto, o prefeito de Santana, Ofirney Sadala, e as juízas que coordenam a ação no TJAP, Larissa Noronha e Michele Farias, titulares das varas de Infância e Juventude e da Violência Doméstica da Comarca de Santana, Eliana Pingarilho, diretora do Fórum de Santana, e Carline Negreiros, titular do Juizado Especial Cível e Criminal da Comarca de Santana.

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