Com 110 anos de vida, mulher centenária de Santana recebe visita da Justiça do Amapá

Dona Maria Luiza, de 110 anos de idade
A Comunidade Quilombola São Raimundo do Pirativa, localizada às margens do Rio Matapi no município de Santana, recebeu uma ação da Vara da Infância e Juventude e do Centro Judiciário de Soluções de Conflitos da Comarca de Santana, além do Ministério Público. 

A ação teve como objetivo dar voz à comunidade, ouvindo dos moradores os problemas que enfrentam diariamente, propondo na conversa uma reflexão e possíveis soluções para esses conflitos. A visita ocorreu na última sexta-feira (24/11), e reuniu a comunidade local. 

Comitiva visitou comunidades quilombolas
A titular da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Santana, Juíza Larissa Noronha Antunes, explicou que a ação ouviu todos os representantes da comunidade para fazer um diagnóstico das necessidades dos moradores e posteriormente planejar ações e serviços que serão prestados. 

“Diante desse diagnóstico poderemos programar outras ações, trazer serviços que estejam faltando ou acionar outros agentes públicos para olhar pelas necessidades da população local”, concluiu a magistrada. 

A Promotora de Justiça Silvia Canela ressaltou a importância da presença do Poder Judiciário e do Ministério Público na comunidade. 

Pela primeira vez foi utilizada no local a metodologia de círculos restaurativos, oferecendo aos moradores técnicas de humanização e senso de pertencimento, como peças importantes para o funcionamento da sociedade em que vivem. 

“É uma metodologia diferente, mais humana e mais participativa, onde cada morador tem a oportunidade de ser ouvido, mostrando a importância de cada um, valorizando e empoderando cada um”, explicou a promotora. 

O coordenador do Comissariado da Vara da Infância e Juventude, Lauro Luz, que foi um dos grandes articuladores para que a visita do Poder Judiciário à comunidade ribeirinha fosse concretizada, relatou que após visitas pelas localidades do município de Santana, ouviu o pedido da líder comunitária de São Raimundo do Pirativa e confirmou a necessidade. 

“Entre as principais dificuldades estão a ingestão exagerada de bebidas alcoólicas por adolescentes e conflitos dentro das escolas”, relatou. 

A representante da Comunidade Quilombola São Raimundo do Pirativa, Maria Libéria Siqueira, revelou que a comunidade Quilombola São Raimundo do Pirativa tem atualmente 36 famílias, com um total de 178 habitantes. 

“A maior fonte de renda da população são os programas de transferência de renda do Governo Federal, como o Bolsa Família. A comunidade é muito carente, hoje são bem poucos os que ainda sobrevivem pela agricultura”, lamentou Dona Maria. 

O estudante Marcos Agenor do Nascimento, morador da comunidade, reiterou a importância da visita da Justiça de outros atores públicos, pois agrega informação e conhecimento aos moradores. 

“É muito importante para nós a oportunidade de conversar com pessoas capacitadas e que escutam atentamente o clamor dos moradores”, disse o estudante. 

Além da comunidade São Raimundo do Pirativa, terra de Dona Maria Luiza, de 110 anos, a ação reuniu populares das comunidades de São João do Matapi, Santo Antônio do Matapi, Chagas do Matapi e Alto Pirativa. 

A ação foi realizada em conjunto pela Vara da Infância e Juventude, Centro Judiciário de Soluções de Conflitos da Comarca de Santana, Ministério Público, contando também com as parcerias da Polícia Militar do Amapá, Capitania dos Portos/Marinha do Brasil, Conselho Tutelar de Santana e Policia Civil.

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