“O Porto será importante para o povo do Amapá”, previa o governador Arthur Henning, em 1976

Arthur Henning, governador do Amapá em 1976
No início do mês de setembro de 1976, o governador do então Território Federal do Amapá Capitão Arthur de Azevedo Henning esteve na Capital Federal (Brasília-DF) onde seria recebido pelo ministro do Interior Rangel Reis, para tratar de diversos assuntos da administração amapaenses. 

Entre as pautas discutidas, estavam as obras de construção do Porto Comercial de Macapá que vinha sendo erguido nas imediações da vila portuária de Santana (o atual município santanense somente surgiria no final da década seguinte). A referida obra havia começado a ser debatida pelo Governo do Amapá em 1973 – na gestão do governador José Lisboa Freire – e naquele mesmo ano, iniciou seus estudos topográficos e de demarcação física. 

Notícia destacada
Somente a partir da entrada do Capitão Henning no Governo amapaense que seria possível consolidar diversos passos, considerados (hoje) importantes para a sua realização. 

Henning ressaltou ao ministro Rangel a importância social das obras e os resultados que garantiria para a economia do Amapá. 

“Além de ser importante para o povo do Amapá, trará uma receita significativa para o país”, declarou na época, o governador amapaense para os maiores jornais que circulavam até então, entre eles, o Tribuna da Imprensa e O Globo

Ao ser questionado por um repórter de um jornal carioca sobre a preocupação com uma obra que poderia está feita pela iniciativa privada, ele respondeu: “Com o setor portuário, não é somente alguns que devem lucrar, mas sim, todos (se referindo a um povo)”.

A opinião dita por Henning chegou a ser polêmica para diversas classes políticas da época, mas foi decisiva em direcionar – de maneira primordial – os caminhos que hoje vemos para a economia do Estado do Amapá. 

Ex-ministro Rangel Reis, em 1976
Sabemos que o nosso Porto Comercial foi concluído no início da década de 1980, e que seu funcionamento vem sendo um destaque a nível nacional. 

Vale ressaltar que justamente essa sua atual capacidade técnica e operacional vem sendo um “objeto de cobiça” de pessoas públicas que apenas visam interesses que não favorecem diretamente o povo amapaense, utilizando de promessas e argumentos fantasiosos que dizem se tornar positivo para o Amapá. Puro engano. 

Muitos devem se lembrar do interesse do Governo do Amapá em 2012 de querer colocar as Docas de Santana numa planilha de patrimônios amapaenses que seriam federalizados, alegando publicamente que tal atitude apenas fortaleceria o setor de exportação local, onde empresas nacionais mostrariam interesse em se instalarem no Estado, e impulsionaria na geração de empregos e renda estadual. 

Porém, o que testemunhamos foi muito ao contrário do que as promessas mentirosas feitas pelo Governo Estadual. Um exemplo bem claro dessa situação que praticamente já prejudicou (e vai prejudicar ainda mais o povo amapaense!) é a questão que passou a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), onde tanto se falou em federalizar esse importante patrimônio tucuju e que a partir de 2017 estará sendo administrado pela iniciativa privada. 

Hoje, autoridades buscam estruturar área do Porto de Santana
Os idealizadores que mantinham essa bandeira “idiota” de federalização do patrimônio amapaense – em sua maioria referências políticas e sindicais – devem está agora felizes com o resultado que arranjaram para o Estado, onde a única distribuidora de energia elétrica do Amapá vai passar a ser gerenciada por grupos privados daqui a um ano (no máximo). 

Imaginem o que estaria acontecendo nesse exato momento se o atual prefeito da cidade de Santana (AP) Robson Rocha não tivesse feito inúmeros questionamentos contra a mesma ideologia de federalizar as instalações portuárias de Santana em 2012? 

Com certeza o Amapá não teria vivido um momento histórico como aquele embarque das primeiras 25 mil toneladas de soja para o exterior (no último dia 08 de setembro), ou muito menos teríamos sido privilegiados com a nova revisão da poligonal, que garantirá estrutura política e logística para o setor local, que agora sim, terá um tratamento especial em relação às grandes empresas de navegação que conduzirão suas embarcações por nossos leitos fluviais, favorecendo positivamente a nossa economia. 

Para alguns analistas políticos, a visão tomada pelo ex-governador Henning em 1976 sobre os destinos do setor portuário para o Amapá acabaram sendo mantidos após quatro décadas pela atual gestão municipal de Santana, prevalecendo assim o direito do povo amapaense de garantir um futuro positivo para a agricultura, para agropecuária, para os setores secundários do comércio local e principalmente para a nossa economia. 

Nota: A visita do governador Arthur Henning ao Ministro dos Interior Rangel Reis foi destaque no jornal carioca "Tribuna da Imprensa", de 08/09/1976, edição 8.257

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