“Se faltar energia, também falta água”

Sistema Isolado do Paraíso atende mais de 40 mil
pessoas na área norte de Santana.
Uma situação deficiente que para grande parte dos moradores dos bairros Paraíso, Fonte Nova e do Parque das Laranjeiras já se tornou de “calamidade pública”. 

Não é preciso ficar várias horas para que ocorra o chamado “efeito dominó”, apenas alguns segundos. Ou seja, quando acontece aquelas interrupções momentâneas de falta de energia – com duração de 10 a 30 segundos – o reestabelecimento do fornecimento elétrico deixando um problema para a população: a falta de água nas torneiras. 

“É certo e acontecer, bastou piscar a energia por um tempinho e ela volta. Mas logo depois acaba de descer água na torneira. Pode esperar que é só no outro dia que temos água”, reclamou a doméstica Claudete do Carmo, residente na descida da Avenida Princesa Izabel, no bairro Fonte Nova. 

A doméstica conta que na última terça-feira (20/10) houve uma interrupção momentânea no fornecimento de energia elétrica que atende a área onde reside, que não demorou para normalizar, mas que acabou deixando toda as adjacências sem a distribuição hídrica durante o dia todo. 

Bombas da água tentam suprir demanda.
“Faltou energia por alguns instantes, depois voltou. Mas a água só voltou a cair na minha torneira de madrugada (do dia seguinte, 21)”, contou a doméstica, que precisou buscar água na residência de uma vizinha que possui caixa d’água, para que pudesse fazer seus anseios domésticos. 

Motivos
O blog procurou a gerência regional da Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa) em Santana para buscar esclarecimentos sobre os motivos que levam a demorar o retorno no fornecimento de água para as residências dos bairros citados acima. 

Um funcionário de prenome Antônio – que exerce a função de operador de bomba na Estação de Tratamento de Água (ETA) no bairro Paraíso – explicou que existem somente dois sistemas isolados de distribuição de água para atender toda a área norte de Santana, que ainda tem que disputar com os sistemas “particulares” de água. 

“Temos dois sistemas de abastecimento e distribuição espalhados (Paraíso e na Fonte Nova) para atender mais de 40 mil pessoas. Mas quando começam a ser bombeada a água do solo freático, já existem centenas de casas com bombas particulares que também vão afetando a nossa distribuição, o que gera essa demora para que a água retorne até a casa do consumidor”, detalhou Seu Antônio. 

O funcionário ainda disse que o tempo de demora para retornar o fornecimento hídrico era menor até dois anos atrás, mas acabou se prolongando com o aparecimento dos mais modernos meios de bombeamento de água. 

“Até o final de 2013 era possível normalizar a distribuição de água em mais de 70% das casas de Santana em menos de duas horas, mas hoje isso demora muito mais. Tem casa que possui bomba d’água de até 10cv que é usada em sistemas modernos de distribuição. Pra quê usar uma bomba dessa proporção numa residência? Parece que o consumidor tem medo que a água termine de vez na casa dele”, disse, sob tom irônico o funcionário da estatal.

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