“Quero voltar a me apresentar, nem que seja numa cadeira de rodas”

Carlos Lima encontra-se em casa, se recuperando
É o que espera realizar muito em breve um dos artistas amapaenses mais conhecidos e respeitados, tanto pelo Norte Brasileiro, como no restante do país e em vários países por onde já se apresentou. Refiro-me ao serrano Carlos Alberto Silva Lima (mais conhecido como Carlos Lima) que, atualmente, vem atravessando por um período que considera como a fase mais complexa de sua vida: portador de diabete e recém-operado de um problema que apareceu em seus membros inferiores (pés), Carlos também acabou sendo vítima de um golpe de clonagem de cartão bancário que lhe causou sérios danos financeiros, tendo que viver nos últimos tempos da ajuda daqueles que realmente considera “os amigos dos momentos mais difíceis”. 

Esta semana, Carlos Lima – que ainda vem parcialmente se recuperando de uma cirurgia que precisou fazer há algumas semanas – concede uma entrevista ao blog Santana do Amapá, onde contou sobre o drama que vem atravessando em sua vida, comprometendo inesperadamente inúmeros compromissos profissionais e particulares que já estavam agendados. 

Acidente doméstico
Segundo Carlos, os problemas teriam começado a pouco mais de dois meses, quando sofreu uma queimadura doméstica (tentava esterilizar um vasilhame de alimentação canina e o recipiente metálico acabou atingindo-o no pé direito, deixando aquele membro inferior praticamente inerte), fato que somente foi constatado no dia seguinte quando procurou atendimento médico. 

“Foram quando notaram que havia uma queimadura próximo ao meu pé (direito), sinceramente eu não havia sentido nada queimando naquele momento”, contou Carlos que, mesmo após ser liberado do atendimento, continuou mantendo sua rotina de vida, onde fatos negativos vieram posteriormente aparecendo. 

Clonagem Bancária
Dias após o acidente doméstico, Carlos conta que tentou sacar um considerável valor em um terminal da agência do Banco do Brasil, fato que não chegou a ser concluído, devido o sistema do banco ter ficado temporariamente inoperante e que depois de receber a “ajuda” de uma pessoa desconhecida (porém, bem vestida e educada), não imaginava que seu pesadelo financeiro estava apenas começando. 

“Era um rapaz bem vestido, com roupa da Marinha e que não levantava qualquer suspeita de ser mal-intencionado”, descreveu o artista que somente descobriu após alguns dias (no período do pagamento estadual) que havia sido vítima de uma clonagem de cartão bancário, quando tomou conhecimento direto com o gerente da agência do Banco. 

“O criminoso estava em Belém (PA) e já havia feito vários saques com o meu cartão e várias compras que já passavam de R$ 8 mil em poucos dias. Foi horrível”, lamentou Carlos Lima, que acabou tendo seu nome negativado no Cadastro Nacional de Inadimplentes (Cadim) em razão de não ter dinheiro para saldar o limite bancário e declara o imposto de renda na Receita Federal, mesmo tendo registrado um boletim de ocorrência informando o ocorrido. 

“E pra piorar, cortaram minha energia por que não tinha como pagar e minha bomba (d’agua) só funciona com energia, também fiquei sem água. Ou seja, fiquei com o nome sujo, sem água e sem energia. Era um mundo desabando aos meus pés”. 

Segundo Carlos, mesmo sendo cliente antigo, o
 Banco do Brasil não lhe favoreceu como devia
Outro pé lesionado
Mesmo atravessando por todos esses problemas, Carlos Lima continuou mantendo sua rotina de trabalho normalmente. Até que no início de junho sofreu uma nova lesão, dessa vez no pé esquerdo, onde um estilhaço de vidro atingiu profundamente o lado inferior do membro (conhecido como “sola” do pé), levando o artista a ficar impossibilitado de se locomover diariamente. “Agora me sinto praticamente uma pessoa dependente dos outros”, disse. 

Vendo a situação que Carlos passava no Amapá, que uma irmã do artista (que residia na capital paraense) se adiantou para ajuda-lo o quanto antes. Vindo de Belém-PA, soube da triste situação de Carlos e providenciou assumir todas as responsabilidades civis do talentoso irmão. 

“Minha irmã comprou um terreno que eu tinha no distrito do Coração, daí pude quitar várias dívidas. Claro que ela (a irmã) foi quem ficou a frente de todas as situações para resolver”, contou. 

Cirurgia e tratamento
Com apoio da irmã, Carlos conta que precisou fazer uma cirurgia para pudesse reabilitar um dos membros inferiores, que já estava ficando em estado imóvel (necrosado) devido aos danos causados pelos estilhaços de vidro que ficaram presos na pele. 

“Durante a cirurgia, foi preciso limpar e lavar todo o local que já estava ficando necrosado. Uma operação que foi bem sucedida”, elogiou Carlos, se referindo ao médico Clairson Peixoto, que trabalha no Hospital Estadual de Santana, e que lhe tratou bem durante o procedimento cirúrgico. 

Foram 21 dias que o artista precisou ficar internado para que pudesse se recuperar gradativamente dos ferimentos do pé. Foram dias que, para Carlos, não serão esquecidos tão cedo. Ainda mais pela quantidade excessiva de medicação, curativos e higienização que precisou passar – já que na mesma ocasião, seria acometido por uma infecção urinária. 

“Imaginem como foi o sofrimento ter que tomar mais de 60 injeções nos braços e nas nádegas, mais de 160 soros. Isso sem falar que gastei em torno de 40 fraldas geriátricas numa única noite”, descreveu emocionadamente. 

No detalhe, o pé que passou por cirurgia
Ajuda de Amigos 
Quando inúmeras pessoas (entre amigos e conhecidos) souberam do estado (abalado físico e psicologicamente) que o artista vem atravessando, começou uma rede de campanha em prol de Carlos Lima. Uma ação que até ele não esperava que viesse de diversas partes do Brasil e do mundo, já que parte desses curativos é feito diariamente para cicatrizar sob as lesões deixadas em seus pés. 

“Para se ter uma idéia dos gastos nos curativos, eu uso 04 tubos de Fibrase (pomada) todo dia, sendo que cada tubo custa cerca de R$ 65. Além de gastar com um carro particular que me leva até um posto de saúde para fazer esses curativos com algum enfermeiro que esteja lá”, falou. 

Referência Artística
Buscando se recuperar aos poucos, Carlos Lima ainda vai ter que esperar mais dois meses para perceber as melhoras da cirurgia, algo que já tem deixado o artista bastante ansioso. 

“Quero muito voltar a me apresentar, nem que seja numa cadeira de rodas. Há muitas pessoas que tem me procurado, todos preocupados com minha situação, mas se Deus quiser, logo pretenso normalizar tudo isso”, prevê. 

Além de professor de Artes, Carlos Alberto Silva Lima (mais conhecido como Carlos Lima), também é dramaturgo, aotr, diretor teatral, professor e missionário evangélico. É graduado pela Universidade Federal do Amapá (Unifap) em Artes. 

É regionalmente conhecido por ter criado a peça teatral “Seu Portuga e a língua Portuguesa”, onde também atua como ator. 

Aos interessados que quiserem fazer qualquer doação, basta efetuar um depósito na seguinte conta: 

Banco do Brasil (Agência 0261-5)
Conta Corrente 16700-2
Favorecido: Carlos Alberto da Silva Lima

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