Sem policiamento, criminalidade volta a comandar área do Ambrósio

Criminalidade vem retornando na área do Ambrósio
Não tem hora do dia ou da noite para que qualquer assalto possa acontecer com quem trafega distraidamente pela Rua Cláudio Lúcio Monteiro, no trecho que passa nas proximidades da famosa Área do Ambrósio (ou Baixada do Ambrósio, como muitos costumam se referir). 

Povoado por centenas de milhares de famílias – dados extraoficiais estimam mais de 10 mil famílias ali residentes – o local se limita por um aglomerado desordenado de casas mistas (madeira e alvenaria) que fica entre a tradicional área da feira do “mete-a-mão”, na área portuária do município, até chegar a um igarapé que mantém o funcionamento de dezenas de estâncias e comércios do ramo madeireiro, também denominado de “Canal dos Madeireiros”. 

Assim como qualquer outro bairro, o bairro do Ambrósio também tem seus problemas sociais, que vão da falta de saneamento com água potável, assim como a precariedade com as constantes faltas de energia no local, e um problema que até o início deste ano estava sendo parcialmente amenizado: que é a segurança pública. 

Com a retirada da delegacia de polícia da área portuária (que seria transferida para o distrito do Igarapé da Fortaleza em virtude do prédio não apresentar condições de uso), o fluxo de rondas policiais deixou de ser rotineiro nas imediações, assim identificou a comerciante Maria Conceição Soares, que mora no Ambrósio há quase duas décadas. 

“Já havia alguns roubos aqui na área, mas não eram tantos quando a polícia fazia ronda por aqui por causa da delegacia. Mas hoje não tem mais um limite de tantos assaltos que acontecem todo dia. Só eu já fui duas vezes assaltada numa semana”, contou a comerciante, que ainda reconheceu os acusados de um desses assaltos em seu estabelecimento, mas não pôde tomar qualquer providência com medo de represália. 

Além dos assaltos aos pontos comerciais, o ato também atinge as pessoas que trafegam pela via pública. 

“Se qualquer pessoa passar falando no celular, eles puxam na hora da mão da pessoa e vão embora andando tranquilamente. Ontem mesmo eu vi dois assaltos em menos de uma hora, com duas pessoas que esperavam pelo ônibus”, contou um vigilante que presta serviço ao lado da praça que um dia foi chamado de “Campo do Maconhão”. 

No horário da noite, a situação é bem pior
Insegurança
No horário da noite, a situação é bem pior, até mesmo para quem já reside nas proximidades do Ambrósio. Tanto que o comércio somente atende aos clientes através de grades e pequenas abertura feitas nas portas metálicas. 

“Se tiver que vender algo com o comércio aberto, tem que ser só até às 06 ou 07 horas da noite. Depois disso, vende quem tem coragem de vender”, alertou a doméstica Sandra Ferreira, que comercializa refeições ao lado da praça do bairro, mantendo um horário de atendimento que não passa das 20 horas. “Graças a Deus que nunca fui roubada, mas já me levaram frango assado prometendo que iriam pagar depois, e nunca vieram pagar”, disse brincando a doméstica. 

O blog entrou em contato com a Secretaria de Estado da Segurança Pública para buscar informações sobre a questão das delegacias interditadas na área portuária e as blitz de policiamento na área, mas não obtivemos retorno.

Comentários