Trabalhadores fecham mineradora para cobrar salários atrasados

Trabalhadores da mineradora Zamin realizaram uma manifestação nesta quinta-feira (15/01) para cobrar salários atrasados. Operadores portuários, operadores de manutenção e auxiliares de serviços gerais terceirizados fecharam a entrada da sede administrativa da empresa localizada no município de Santana, em um protesto que iniciou na madrugada. Segundo eles, o atraso dos vencimentos chega a quase cinco meses, além do pagamento de férias e 13º salário. 

Os funcionários também pedem esclarecimentos à empresa sobre a suspensão do vale alimentação, plano de saúde e assistência odontológica. A imprensa tentou contato com o setor de comunicação da mineradora, mas não houve retorno. 

Um operador portuário que preferiu não se identificar disse que a categoria não recebeu o pagamento de dezembro de 2014 e nem as férias e 13º. Ele contou que procurou por várias vezes o setor de recursos humanos da empresa e foi informado de que não tinha previsão de regularização. 

"A gente está numa situação muito difícil. Nem reclamar podemos pois se a empresa descobrir põe na rua. Apenas queremos receber o que é nosso de direito", reclamou. 

De acordo com o auxiliar de serviços gerais Júnior Souza, a situação é mais difícil para os terceirizados. Ele e outros 95 trabalhadores estão há quatro meses com salários atrasados e sem receber as férias de 2014 e o 13º. 

"A gente passou o Natal na pior porque não recebemos nada. Reclamamos para a empresa que nos contratou, mas eles falam que para pagar a gente a Zamin precisa fazer a transferência do dinheiro. Se não tivermos uma resposta vamos à Justiça do trabalho", informou. 

O operador de usina Armando Batista disse que faz parte do grupo de mais de 400 trabalhadores que foram demitidos em 2014. Ele contou que cumpriu aviso prévio até dezembro, mas até o momento ainda não recebeu a indenização trabalhista. 

"Ligamos para cá e eles falam que é para a gente esperar que o RH vai nos retornar. Estou esperando e nada desse retorno. Ainda estão me devendo um mês de salário. A gente sabe que o alto escalão está recebendo em dia e só nós estamos passando por esse descaso. Quereremos que a empresa nos esclareça sobre essa situação. Se não tiver resposta, a gente vai ser obrigado a procurar a Justiça", declarou. 

Demissões
Os desligamentos aconteceram em 2014 após a empresa anunciar “o término da capacidade de estocagem de minério de ferro, tanto em Pedra Branca do Amapari, município distante 183 quilômetros de Macapá, quanto em Santana, e o atraso nas obras de reconstrução do terminal de embarque de minério em Santana”. A estrutura a que se refere a empresa desabou em 28 de março de 2013, arrastando caminhões, guindastes e o minério estocado para o rio. Quatro pessoas morreram e duas continuam desaparecidas.

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