Macapá e Santana ficam sem água no final de semana

Neste último fim de semana, a redução no fornecimento de água da Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa) causou muito desconforto aos moradores de Macapá e Santana que dependem desse serviço. Muitas reclamações foram publicadas nas redes sociais, pelo fato de não serem comunicados antecipadamente sobre a redução. 

A diminuição no fornecimento de água afetou principalmente a região norte e sul de Macapá. Eles ficaram quase 40 horas consecutivos sem o serviço adequado. Em algumas casas a redução foi total. “Não houve tempo de armazenar água para suprir as necessidades básicas. Não caia uma gota de água da torneira. Tive que contar com a solidariedade de vizinhos que possuem poços”, disse a morada Francisca Cardoso, do bairro Infraero 2. 

De acordo com o diretor-presidente da Caesa Rui Smith, desde a noite de domingo (23/11), o fornecimento de água já está normalizado. “Estamos operando normalmente, com toda capacidade que nós temos. Eu acredito que 90% das residências já estão com água. Tem alguns locais que demoram a ganhar pressão devido às deficiências de rede, mas logo todo mundo deve estar usando a água da Caesa normalmente”, considerou. 

Segundo o diretor-presidente, a redução do fornecimento de água aconteceu por um problema de logística em que o fornecedor de sulfato líquido de alumínio atrasou-se na entrega do produto, que é um dos elementos principais para separar a sujeira da água. Esse produto está sendo utilizado há dois anos pela Caesa e é fabricado no Estado do Pará. “Demos prioridade para trabalhar com sulfato liquido, que faz parte do tratamento da água, separando o material sólido da água. Antigamente, usávamos o sulfato granulado, mas ele vinha em sacas e obrigava trabalhadores a carregarem peso durante o dia todo e ainda deixava resíduos. O sulfato líquido não deixa resíduo, é colocado em tanques, e não tem praticamente esforço humano para podermos operar”, explicou Rui Smith. 

Entretanto, o sulfato líquido só pode ser armazenado em reservatórios especiais, em tanques próprios para receber o produto químico. A capacidade de armazená-lo na Caesa é pequena, somente 60 toneladas, que garantem uma semana de tratamento de água extra, por isso o carregamento de sulfato líquido deve chegar semanalmente, através de balsas, ao Estado. Rui conta como essa logística falhou. “Era para terem mandado na segunda-feira ou quarta-feira. Soubemos apenas que iam mandar sexta, por isso avisamos a população em cima da hora. Houve o atraso de uma semana no embarque do sulfato líquido para cá. O estoque não zerou porque tivemos que racioná-lo. Não há como usar tudo e parar toda produção de água, pois existem estruturas que precisamos manter a qualquer custo, como Hospital Geral, Maternidade, Pronto Socorro, localizados na região central. Se usássemos tudo estaríamos causando riscos a população”, avaliou Smith. 

Para não passar novamente por esse problema, a Caesa vai ampliar seu reservatório em mais 50 toneladas. Os tanques reservatórios são disponibilizados pelo fornecedor do produto e já foram solicitados. “Vamos aumentar a reserva. Não podemos ficar com estoque mínimo tão curto. Estamos vulneráveis, então é preciso mudar a logística. Esse aumento no reservatório nos dará 15 dias de autonomia para resolver qualquer problema. Houve apenas uma falha de logística”, concluiu o diretor-presidente da Caesa.

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