Trabalhadores interditam novamente a estrada de ferro em Santana

Um grupo formado por mais de 40 trabalhadores que prestam serviço à empresa mineradora Zamin Ferrous, na área de fiscalização comunitária da ferrovia, bloquearam os trilhos da estrada de ferro na manhã do último dia 11/07, na altura do bairro Jardim de Deus, em Santana, por onde o minério extraído do município de Pedra Branca é escoado. 

Os manifestantes usaram pneus para bloquear a ferrovia. Foi necessária a intervenção do Corpo de Bombeiros para apagar as labaredas dos pneus em chamas. O ato foi provocado pelo atraso no pagamento dos salários dos trabalhadores. Este é o segundo ato dos prestadores de serviço em menos de 30 dias. 

De acordo com Jair Leal, presidente da Associação de Moradores do bairro Jardim de Deus, a mineradora vem desrespeitando uma cláusula contratual que estabelece o 5º dia útil do mês como prazo máximo para o pagamento dos salários. O atraso estaria ocorrendo desde o final do ano passado. 

“Desde o mês de dezembro do ano passado que os vencimentos são pagos até 20 dias depois da data estabelecida no contrato. Com isso, não conseguimos honrar nossos compromissos e a própria associação deixa de realizar seus programas sociais que estão inseridos nesse contrato como forma de compensação”, disse Leal. 

Em média, cada fiscal comunitário recebe cerca de R$ 800/mês. Além disso, conforme Leal, parte dos valores do contrato são revestidos em trabalhos na própria comunidade que é, em sua maioria, formada por famílias de baixa ou sem nenhuma renda fixa. 

Em nota, a Zamin justificou que a interrupção dos trabalhos no município de Pedra Branca do Amapari, distante 183 quilômetros da capital, acarretou em dificuldades para "promover ajustes em seus fluxos mensais de caixa, resultando na redução de liquidez de alguns compromissos financeiros, o que, infelizmente, veio a ocasionar o atraso no pagamento de fornecedores". 

A empresa paralisou suas atividades por noventa dias em março deste ano, anunciando férias coletivas de 2 mil trabalhadores. A mineradora garante ainda, em nota, que está adotando medidas para sanar a dívida e atualizar os salários de trabalhadores e fornecedores.

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