Zamin anuncia oficialmente a paralisação de suas operações no Amapá

A Zamin Amapá, sistema integrado pela mina em Pedra Branca do Amapari, pela Estrada de Ferro do Amapá e operação do terminal portuário em Santana, informou por meio de comunicado na noite deste sábado (29/03) que está interrompendo a produção de minério pelos próximos três meses. 

De acordo com o comunicado da empresa, a interrupção da atividades será feita a partir do final do mês de abril. A Zamin informou também que a interrupção das atividades na Mina 66, em Pedra Branca do Amapari é temporária. 

Oficialmente os principais motivos para a decisão seriam o término da capacidade de estocagem de minério de ferro, tanto em Pedra Branca quando em Santana e o atraso nas obras de reconstrução do terminal de embarque de minério em Santana. 

Nos bastidores, no entanto, se sabe que há um estremecimento nas relações da empresa com o Governo do Estado. O governador Camilo Capiberibe (PSB) não deu as contrapartidas necessárias para que o projeto continue funcionando plenamente. Uma delas é a prorrogação de isenção de ICMS do óleo diesel usado para a geração térmica própria da empresa. 

Um documento da Zamin Ferrous, alertando sobre a prorrogação, está sem resposta desde setembro do ano passado na Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração. Os executivos reiteraram em dezembro o alerta. O prazo para a prorrogação se extingue na próxima segunda feira. 

Os trabalhadores da Zamin Amapá que atuam na Mina entrarão em férias coletivas a partir da paralisação, tendo previsão de retorno as suas atividades após 90 dias, ou seja, provavelmente em agosto de 2014. 

Esse será o período em que se prevê uma diminuição no estoque de minério de ferro e o avanço nas obras de reconstrução do terminal de embarque. As atividades da ferrovia e do Porto continuarão normalmente. 

Até o momento, os embarques de minério têm sido realizados por meio de barcaças que atracam no píer fixo da Zamin Amapá, onde foram instaladas correias transportadoras. As barcaças fazem o transbordo (transferência do minério) para navios de maior capacidade localizados em dois pontos distintos: o primeiro, na Companhia das Docas de Santana (CDSA) e, o segundo, próximo ao balneário da Fazendinha, onde ficam ancorados. 

No entanto, esse sistema provisório de embarque não tem a capacidade de exportar todo minério produzido pela Mina e, por isso, as áreas de estocagem estão no nível máximo. Se as operações continuarem poderá ocorrer sobrecarga o que gera risco para as operações. 

A Zamin garantiu também que irá analisar cada contrato com as empresas terceirizadas para que todas as regras e acordos firmados sejam respeitados em relação à interrupção. "Acreditamos que cada empresa terceirizada definirá a estratégia que lhe for mais coerente em relação aos seus colaboradores, respeitando seus direitos e prevendo o direcionamento da mão-de-obra para outras atividades", diz o comunicado. 

A empresa também se comprometeu a cooperar com as autoridades locais para "diminuir ao máximo os impactos causados pela interrupção temporária das atividades da Mina e reafirma que sempre estará ao lado do Estado para fomentar a economia e desenvolvimento do mesmo".

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