Moradores fecham rua para protestar contra transporte de minério

Com paus e pedras os moradores que residem na área do bairro Ambrósio, em Santana, bloquearam nesta terça-feira (11/12) a rua Claudio Lúcio Monteiro, uma das principais vias da cidade. A população reclamava de resíduo deixado por carretas que transportam minério diariamente dentro do município. 

Ainda de acordo com os moradores, o contato com a substância está causando problemas de saúde e teria influenciado na morte de uma pessoa. O comerciante Agenor Mendes Santos, de 61 anos, morreu no domingo (08/12) após ficar internado por dois meses no Hospital de Emergências (HE) de Macapá. Segundo a família, o frequente contato do comerciante com o pó de minério teria causado a morte. 

O filho de Agenor, Valmir Santos, de 28 anos, conta que o pai teria inalado o pó de minério e que desde então começou a sentir irritação na garganta. Com o agravamento do caso o comerciante foi encaminhado para o HE de Macapá, onde ficou internado por dois meses. 

“Os médicos concluíram que o meu pai havia desenvolvido um câncer na garganta que foi se espalhando pelo corpo até a sua morte”, contou o filho. 

O vendedor de açaí Francisco Farias Quaresma, de 42 anos, conta que os moradores já encaminharam as reivindicações ao Ministério Público, mas que até o momento nenhuma atitude foi tomada. “Nós decidimos fechar a rua até o momento em que formos ouvidos e se não for resolvido o nosso problema vamos continuar bloqueando o trânsito”, afirmou Quaresma. 

O estivador Edmilson Ferreira, de 45 anos, relata que os resíduos de minério têm causado problemas de saúde aos moradores da comunidade e bairros próximos. Os principais afetados são os que têm contato frequente com a substância que fica espalhada pela rua. “As crianças estão adoecendo com coceira, irritação nos olhos, vermelhidão, problemas respiratórios e na garganta. Um senhor morreu e a família suspeita que foi por causa do contato com o minério”, conta o estivador. 

A Polícia Militar esteve no local para evitar tumultos. “O nosso papel aqui é apenas acompanhar os moradores e auxiliar os motoristas para tomarem caminhos alternativos”, explicou o sargento Andrade Lopes do 4º Batalhão da Polícia Militar de Santana.

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