Panamá mostra interesse comercial no Porto de Santana, no Amapá

A embaixadora do Panamá Gabriela Carranza disse em visita ao Amapá nesta terça-feira (19/11) que o país tem interesse em utilizar o Porto de Santana como ponto estratégico para o movimento de mercadorias do Brasil ao Panamá. "Vim ao Amapá para conhecer o porto e saber das oportunidades que o estado tem a oferecer ao meu país", disse Carranza. 

A visita da embaixadora ao Amapá faz parte do intercâmbio comercial entre o governo do estado e Panamá. Em setembro de 2013, o governador Camilo Capiberibe visitou por cinco dias o país da América Central para conhecer a estrutura logística do local e apresentar a opção da estrutura do porto do Amapá. 

De acordo com o secretário de Indústria, Comércio e Mineração José Reinaldo Picanço, o Porto de Santana diminuiria a distância percorrida no escoamento de mercadorias do Centro-Sul do Brasil a outros países. 

Um exemplo prático com a inclusão do porto do Amapá na rota de grandes exportações seria o escoamento de grãos produzidos em Mato Grosso. Ao invés de a exportação da mercadoria acontecer pelo Porto de Santos, ela seria escoada pelo de Santana, no Amapá. "Enxergamos a possibilidade de o Amapá se tornar uma opção brasileira para entrada e saída de produtos", contou Picanço. 

Neste ano, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) chegou a ouvir representantes do governo do Amapá e da Companhia Docas de Santana. Segundo dados apresentados no encontro, a rota reduziria em 30% os custos de frete para os produtores de Mato Grosso, com o uso do porto do Amapá. 

Capiberibe afirmou que a intenção com a parceria do estado com o Panamá é fomentar investimentos no Porto de Santana. "O porto é de propriedade da União e está delegado ao município de Santana até 2027. Qualquer investimento nele depende de um dialogo entre as partes. Dentro disso, o governo do estado tem recursos previstos para formatação de projetos para acertar a vocação do porto", disse Capiberibe. 

O porto de Santana foi construído na década de 1950 pela Indústria de Comércio de Minérios (Icomi) para o embarque de manganês. Atualmente, além de escoar minérios, o porto também embarca e desembarca contêineres. "Investimentos no porto são para readequá-lo à nossa necessidade. Hoje em dia, ele precisa evoluir para escoamento de grãos", declarou Capiberibe. 

Técnicos da Secretaria Especial dos Portos (SEP) visitaram o Amapá em julho de 2013 e constaram a necessidade de construção de mais um píer para embarque e desembarque de mercadorias em navios. A obra aumentaria em 40% a capacidade de movimentação de cargas no porto.

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