Estudo vai nortear investimentos na estrutura hidroviária do Amapá

Um estudo sobre o meio de transporte economicamente mais importante da Amazônia, a navegação fluvial, vai nortear os investimentos que devem ser feitos na malha hidroviária da região nos próximos anos. 

Desenvolvida pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA) e com a Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp), a pesquisa científica foi apresentada para autoridades do Executivo Estadual, do Legislativo e entidades ligadas à navegação, nesta sexta-feira, 1º/11, no Museu Sacaca, em Macapá. 

Denominado “Caracterização da Oferta e da Demanda do Transporte Fluvial de Passageiros na Amazônia”, o estudo traz dados sobre as rotas fluviais, embarcações, instalações portuárias, informações sobre os serviços oferecidos no setor e sobre passageiros, entre outros. A apresentação foi feita pelo gerente de Outorga e Afretamento da Navegação Interior da Antaq, Walneon de Oliveira. No levantamento, são avaliadas 317 linhas de transporte fluvial de passageiros da Amazônia, das quais 249 são de competência dos órgãos reguladores estaduais; 59 linhas interestaduais, fiscalizadas pela Antaq, e nove travessias. 

A pesquisa avaliou ainda 602 embarcações e 106 terminais, em quatro estados da Amazônia (Amapá, Amazonas, Pará e Rondônia). No Amapá, os dados são desanimadores. Especificamente, foram avaliados 11 terminais, verificando-se itens de atendimento muito baixos. O terminal que apresentou o melhor resultado no Estado foi o Porto do Grego, em Santana, com cerca de 43% de atendimento. Entretanto, o índice ainda está muito aquém do esperado, evidenciando a necessidade de medidas corretivas e adaptativas de diversas ordens para dotar a linha Macapá-Belém de um terminal adequado ao embarque e desembarque dos passageiros. “Esse estudo é altamente importante não só para o Amapá, mas para toda a Amazônia. O levantamento vai contribuir para formulação de políticas públicas na área da navegação fluvial de passageiros e subsidiar os governos Federal e Estadual na elaboração de novos estudos para o desenvolvimento sustentável da nossa região”, observou a vice-governadora do Amapá, Dora Nascimento. 

Outros dados
Além de levantar a qualidade da prestação de serviço das empresas de transportes, das embarcações e dos diferentes terminais, o estudo identifica o perfil socioeconômico dos passageiros (grau de escolaridade, gênero, faixa salarial e idade, entre outros) que circulam pelos rios da região. O transporte fluvial misto (passageiros e cargas), na Amazônia, movimenta 8,9 milhões de passageiros e cerca de 4,5 milhões de toneladas de cargas por ano. 

Em relação aos terminais, o estudo levanta desde as condições de acesso, como áreas específicas para paradas de ônibus e táxis e áreas de atracação, à existência de instalações e equipamentos para prestação de serviços, como sala de embarque, posto de polícia, serviço de carregadores, boxes de venda de passagens, telefones públicos, quadro de horário de saída e chegada de embarcações e lanchonetes, entre outros. De acordo com o levantamento, apenas 3% dos terminais de toda a Amazônia apresentaram um bom padrão de atendimento, enquanto 10% registraram um padrão médio e 87%, um baixo padrão de atendimento.

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