Anglo diz que acidente no porto em Santana foi provocado por fenômenos naturais

Um estudo realizado por especialistas contratados pela Anglo American concluiu que o acidente ocorrido no dia 28 de março no porto da empresa, localizado no município de Santana, a 17 quilômetros de Macapá, foi causado por fenômenos naturais. 

De acordo com o diretor da Anglo Sistema Amapá, José Luiz Martins, um ab-rupto movimento de massa, associado a existência de argila sensível no local, resultou na tragédia. Ele acrescentou que em determinadas condições, a argila sensível se transforma em líquido. 

“O empilhamento de minério no porto não foi a causa do acidente. Tudo aconteceu por conta da argila sensível presente no local. Só a identificamos agora nas investigações”, reforçou.

Em nota, a empresa acrescentou que “os estudos ainda indicaram que o acidente não poderia ter sido previsto e nem evitado, já que não havia qualquer evidência da presença desse tipo de solo na área do porto, nem em qualquer outra região do Brasil, sendo considerado extremamente raro”. 

Segundo Martins, a sequência do acidente foi descoberta através de gravações de câmeras de segurança e relato de testemunhas. A causa do acidente foi concluída através de análises de laboratório e pesquisas profundas com especialistas. 

Em relação ao laudo apresentado pela Política-Técnico Científica do Amapá (Politec), sobre o acidente, a Anglo diz que não é contra ele. "Foram feitos em momentos diferentes. A Politec fez o laudo sem ter inclusive todas as informações que nós não podíamos oferecer", disse José Luiz Martins. 

Após o acidente, segundo a empresa, o embarque de minério paralisou, mas deve ser retomado em novembro, de maneira provisória, após a obtenção de licenças necessárias.

"Nós pretendemos utilizar barcaças para transportar o minério para a Companhia Docas de Santana. De lá eles [minério] serão transferidos para os navios", afirmou o diretor. 

A Anglo prevê que o novo porto retome a operação no segundo trismestre de 2014, onde a empresa vai utilizar um píer de aço, que vai estar fixado no fundo do rio por pilares de ferro.

"Vamos desenvolver um sistema de proteção para que a argila sensível não provoque mais acidente", declarou José Martins. 

Em relação às famílias das vítimas, a empresa diz que está dando assistência. "Já fizemos um acordo indenizatório com elas e os pagamentos serão feitos em breve. Toda a assistência vai continuar até elas deixarem de necessitar do nosso suporte", esclareceu o diretor.

Entenda o caso 
Na madrugada do dia 28 de março de 2013, a estrutura do porto da empresa Anglo Ferrous, localizada em Santana, no Amapá desabou. 

No acidente, caminhões, guindastes e minério foram arrastados para dentro do Rio Amazonas. Com a tragédia, quatro pessoas morreram e duas continuam desaparecidas.

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