Pesquisadores do Iepa realizam escavações no Forte Cumaú

Pesquisadores, integrantes da equipe de Arqueologia do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa), juntamente com o arqueólogo e historiador Fernando Marques, do Museu Goeldi/Pará (especialista em fortificações militares da Amazônia); Eloane Cantuária, da Universidade Federal do Amapá (Unifap - curso de Arquitetura); Augusto Oliveira, historiador e diretor-presidente do Iepa, que, na condição de historiador, também contribuiu nas pesquisas, e Midiani Maciel, professora de História, realizaram pesquisa arqueológica no Forte Cumaú, localizado no Igarapé da Fortaleza, Distrito de Santana. 

O projeto, intitulado "Projeto de Pesquisa Histórica e Arqueológica para identificação do Forte Cumaú", está sendo desenvolvido pelo Iepa com subvenção do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Originou-se de demandas da Associação de Bairro do Igarapé da Fortaleza, que encaminhou cartas ao Ministério Público Estadual e ao Iphan cobrando ações de pesquisa e proteção do monumento. 

A etapa, realizada nas duas últimas semanas, foi constituída de escavações arqueológicas lideradas pela equipe de Arqueologia do Iepa e pelo historiador Fernando Marques. 

Segundo a arqueóloga do Iepa, Mariana Petry, "as escavações possibilitaram a identificação das muralhas do Forte, permitindo uma observação detalhada do sistema de construção empregado com taipas de piçarra e aterro, bem diferente do sistema de blocos de pedra usado na Fortaleza São José Macapá, permitindo também a identificação de vestígios de peças indígenas e europeias, indicando um contato bem acentuado com essas civilizações", explicou a pesquisadora. 

As escavações também possibilitaram relacionar a estrutura que ainda existe na área com uma iconografia sobre o Forte Santo Antônio/Cumaú produzida no século XVIII, o que atesta que o local dessa fortificação é o mesmo, à margem direita da foz do Igarapé da Fortaleza. 

O projeto conta ainda com pesquisa histórica sobre a  documentação desse período e da fortificação; pesquisa oral sobre as percepções da comunidade a respeito do Forte e também o componente de educação patrimonial que acompanha toda a pesquisa arqueológica. O projeto ainda está em andamento e o cronograma de execução prevê sua finalização para janeiro de 2013. 

O material até o momento levantado aponta para um potencial muito rico sobre um período pouco conhecido da História do Amapá, além de indicar o interesse da comunidade em valorizar e proteger esse patrimônio histórico e cultural.

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