Escola Restaurativa: Projeto celebra 10 anos em Santana com palestras e troca de experiências

Em 2014, no município de Santana, o Ministério Público do Amapá (MP-AP) e o Tribunal de Justiça (TJAP) davam início a um projeto inovador e ousado, o Escola Restaurativa, com o uso da pedagogia da Justiça Restaurativa na Educação, voltada para o restabelecimento da cultura de paz nas escolas do Estado e Município. 

Na última terça-feira (12), no auditório do SESI de Santana, as duas instituições, juntamente com o Governo do Estado (GEA) e a Prefeitura Municipal (PMS), celebraram os dez anos do projeto no 2º Encontro Estadual da Justiça Restaurativa na Educação, com palestra, roda de conversa, apresentação de resultados e atividade cultural. 

O evento teve desdobramento no período da tarde, em Macapá, em uma parceria dos órgãos originários com a Defensoria Pública do Amapá, Secretaria de Estado da Educação e Secretaria Municipal de Educação, que reuniu educadores da rede pública de ensino para uma palestra e troca de experiências exitosas. 

Para ministrar as palestras, nos dois municípios, foi convidada a doutora em Educação pela Universidade Federal do Ceará, com intercâmbio na Universidade de Valladolid, na Espanha, Cristiane Holanda. 

Santana 
Na abertura do 2ª Encontro Estadual, formaram o dispositivo a promotora de justiça Silvia Canela, da 2ª Promotoria de Justiça Cível e de Fazenda Pública e coordenadora do Núcleo de Mediação, Conciliação e Práticas Restaurativas de Santana; a promotora de justiça e chefe de gabinete da Procuradoria-Geral de Justiça, Christie Girão; a deputada federal Goreth Souza; a vereadora Carmen Queiroz; Wilson Campos, coordenador de práticas restaurativas em Santana; a juíza de direito, Larissa Noronha; e a secretária adjunta de gestão de pessoas da SEED, Andreia Roberta Marques.

Em sua palestra sobre o tema “Construindo um Clima Escolar Restaurativo”, a doutora Cristiane, utilizando dinâmica em grupo e experiências bem sucedidas, propôs aos participantes o repensar sobre a vida na atividade “Feliciência, a Arte de Viver”.

Ela é conselheira estadual de educação e gestora da Coordenadoria de Justiça Restaurativa e Mediação da Secretaria de Proteção Social do Governo do Ceará.

“Este 2º Encontro é muito importante para o fortalecimento e ampliação de práticas restaurativas nas salas de aula. Em Santana as práticas foram transformadoras e tiveram resultados positivos, como a diminuição da violência nas escolas, a construção de relacionamentos saudáveis, aumento do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), melhoria na relação entre professores e melhor ensino-aprendizagem. Ou seja, este projeto tem o poder de transformar pessoas e ambientes”, disse a promotora Silvia Canela. 

A promotora Christie Girão agradeceu a presença de todos os educadores e autoridades, em especial à promotora Silvia Canela. 

“Os avanços da justiça restaurativa na educação em Santana deve-se a todos os envolvidos, especialmente à coordenadora Silvia Canela, que, junto com sua equipe, não mede esforços para alcançar excelentes resultados. Temos orgulho da promotora Silvia, que hoje é referência no Brasil”. 

Ainda na programação, uma mesa redonda com a debatedora, doutora Cristiane Holanda e o facilitador, professor Wilson Campos, aprofundou o tema justiça restaurativa na educação, e vídeos e relatos de experiências e boas práticas restaurativas de escolas em que o projeto foi executado também foram apresentados.

Macapá 
Em Macapá, o 2º Encontro da Justiça Restaurativa na Educação reuniu gestores, autoridades e servidores da educação para uma tarde de compartilhamento de práticas e palestra da especialista convidada. 

A promotora de justiça titular da 3ª Promotoria de Justiça da Infância – Atos Infracionais, Samile Alcolumbre, explicou que na capital o projeto começou a ser executado nas escolas, após os resultados em Santana, algumas já possuem experiências de sucesso e outras escolas se encontram na fase de capacitação dos educadores e troca de experiências.

“Temos Santana como exemplo que este modelo de pacificação nas escolas é eficiente, e estamos no mesmo caminho. Este momento é de aprender sobre esse movimento e promover o intercâmbio de experiências para incentivar as práticas nas escolas. A criação de uma cultura de paz repercutirá positivamente em toda a vida”, afirmou Samile Alcolumbre.

Presentes no evento em Macapá, as promotoras Silvia Canela e Neuza Barbosa, titular da 4ª PJ – Atos Infracionais; os juízes Marconi Pimenta, Larissa Antunes, Carline Nunes; a defensora pública Talita Araújo; a representante da SEED, Andreia Viana; e o secretário de Educação de Macapá, Madson Rodrigues. 

A palestrante Cristiane Holanda dialogou com os presentes sobre a revolução que a metodologia promoveu no Ceará. 

“A justiça restaurativa e a cultura de paz nas escolas é um grande movimento em prol da vida verdadeira. E estamos mais uma vez no Amapá para aprender e ensinar mais sobre comunicação não-violenta, trazendo paz, amor, valores humanos, para que os alunos levem em seus corações e para suas casas estes valores”.

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