O projeto no AP para proteger áreas urbanas da Amazônia

Na região Norte do país, o Amapá ocupa 3% da Amazônia e tem características únicas por estar na foz do rio Amazonas. A capital do estado, Macapá, cresceu à margem do rio e há um ciclo natural de cheia por diversos afluentes. 

A redor da capital, a bacia da Lagoa dos Índios tem 6.500 hectares de zona úmida com um papel fundamental para o ecossistema.

Contudo, a região sofre com ocupações irregulares e degradação ambiental. Agora, um novo projeto quer revitalizar o local e transformar a área em um polo turístico na Amazônia.

Batizada de Amaparque, a iniciativa está sendo conduzida pelo governo do estado do Amapá, na região metropolitana dos municípios de Macapá e Santana. O projeto vai beneficiar 660.000 habitantes da região. 

O objetivo é recuperar áreas degradadas, buscar soluções para a requalificação ecológica dessas áreas, melhorar e mobilidade urbana e diminuir a insalubridade nas áreas úmidas. A obra prevê a construção de um centro turístico, um farol da comunidade, um centro de educação ambiental sobre a “ressaca” e um ecomuseu.  

O foco do projeto está nas áreas de “ressacas”, que são as extensas áreas alagáveis e úmidas do Amapá. Essas regiões são como berçários da biodiversidade e servem como local para a reprodução de 40% das espécies de fauna e flora em diversas regiões do planeta, além de fornecer água e alimento para mais de 1 bilhão de pessoas. 

No ano passado, o projeto foi apresentado na COP27, a conferência do clima realizada no Egito. Na época, o então governador do Amapá, Antônio Waldez, afirmou que: “o Amapá foi à COP27 para apresentar ao mundo as potencialidades do estado e da região Amazônica. Lançamos o Amaparque, um projeto revolucionário que vai proteger a biodiversidade, preservar as ressacas, trazendo bem-estar às comunidades, gerando oportunidade de emprego, renda, além de melhorar a saúde”. 

Para colocar o plano em prática, o projeto foi desenvolvido pela Phytorestore, empresa de recuperação de ambientes em espaços urbanos e fitorremediação. 

De acordo com o diretor de Operações da Phytorestore do Brasil, Vitor Hugo Terres, o projeto nasceu com a participação ativa da população, que foi ouvida para que tivesse integração entre a sustentabilidade e as demandas das pessoas. Por exemplo, o parque terá um jardim de tratamento de esgoto com soluções naturais para atender 40.000 pessoas. 

Os conceitos do Amaparque convergem com tendências globais. A recuperação de ecossistemas degradados é uma prioridade na Década da Restauração, período definido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para revitalizar ecossistemas até 2030. Além disso, as inovações que serão colocadas em prática fazem parte do movimento de soluções baseadas na natureza. 

Em dezembro do ano passado, a COP15, a conferência da ONU da biodiversidade, realizada no Canadá, chegou ao marco global de conservar 30% das áreas do planeta até 2030, além de restaurar outros 30% de áreas degradadas e zerar a perda de territórios biodiversos.

*Informações postadas no site da VEJA.

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