Sem água há meses, santanenses são obrigados a recorrer aos poços artesianos e carro-pipa

Cansados da situação que estão vivendo há meses, onde o fornecimento de água nas torneiras não mais ocorre, os moradores do bairro Fonte Nova, localizado na área norte de Santana, agora precisam recorrer a outros meios para poder usufruir de uma quantidade essencial para suas necessidades. 

Tem sido mais comum ver carros-pipa circulando no bairro em razão dos mais de 20 mil moradores estarem sofrendo pela falta de um produto que deveria ser cedido pela nova empresa que assumiu a concessão dos serviços de distribuição de água no Estado Amapá – a CSA. 

“Uma humilhação que vivemos por ter um grande rio ao nosso redor e não ver uma gota de água cair da torneira. Parece piada isso”. Assim desabafou o vigilante Mateus Barbosa, de 32 anos, que mora no bairro Fonte Nova há mais de dez anos e disse nunca ter vivido uma situação igual. 

O vigilante foi um dos beneficiados com uma quantidade considerável de água levada por um carro-pipa até sua casa. Ele conta que já sofre com a falta de água desde o início do ano, mas recebe uma fatura todo mês, cobrando por algo que não consome. 

“Esta semana chegou mais uma fatura, é a terceira que não vou pagar por algo que não tenho uso normal aqui em casa. Uma pilantragem de uma empresa que não presta um serviço digno”, disse revoltado. 

Cavar poços 
Devido ao excessivo número de pessoas que relatam está sem água, há quem busque uma forma mais cara e de longa duração para usufruir deste produto: cavar um poço artesiano tem sido um dos caminhos de quem pode desembolsar entre R$ 4 mil ou R$ 5 mil pela construção de um em sua residência. 

Esta foi a alternativa tomada pela professora Rosiane Carvalho, de 47 anos, que também mora no bairro Fonte Nova. A professora cansou de passar várias noites acordada, esperando por alguma gota cair das torneiras, e achou melhor pagar pela construção de um poço em seu quintal. Foi preciso quatro dias e lá estava pronto. 

“Se eu fosse esperar por essa água que eu acredito que não vai mais cair aqui no bairro, eu tava ferrada. Só espero agora que não inventem de querer cobrar até pelo uso do meu poço (artesiano) que eu sei o que vou fazer”, disse a professora. 

O que diz a CSA 
O blog entrou em contato com a Concessionária de Saneamento do Amapá (CSA) para saber sobre a falta de água no bairro Fonte Nova, na qual apenas nos informaram que estão providenciando alguma de forma de resolver tal situação, mas não deram qualquer previsão de normalização. 

Já sobre a questão relacionada a uma possível cobrança futura para quem tem poço artesiano em domicílio, disse através de nota, que “é inverídica a informação sobre taxação de uso de poços, emissão em campo de faturas ou imposição de qualquer valor para quem não é usuário da rede de água e esgoto disponibilizada pela CSA”.

Comentários