Rombo financeiro: empresário de Santana é investigado por golpes que levaram a R$ 2,5 mi em prejuízos

A Polícia Civil investiga um empresário de Santana, acusado do crime de estelionato. Os indícios são de que ele comandava um esquema de rombo financeiro. Até esta segunda-feira (24), os prejuízos contabilizados pela investigação chegam a R$ 2,5 milhões. 

Desde a última quinta-feira (20), 18 pessoas já registraram boletim de ocorrência contra Rauilson Borges. A imprensa não conseguiu contatar o empresário, até a publicação desta reportagem. 

Além dele, há indícios de participação da esposa. A Polícia Civil apura a colaboração também de uma terceira pessoa. 

“Analisando os fatos, entendemos que há indícios suficientes de um estelionato, um golpe, uma fraude, e representamos pela prisão preventiva do casal acusado. Enganavam as vítimas com falsos negócios, empréstimos a título de rendimentos diários exorbitantes, dentro de uma condição financeira fictícia”, citou a delegada Luiza Maia, que comanda a investigação pela 2ª Delegacia de Polícia Civil de Santana. 

O esquema da pirâmide financeira funciona com a promessa de dinheiro rápido e com o recrutamento de novas pessoas. Uma pessoa é chamada para participar desse grupo e precisa pagar para entrar. 

Para que tenha lucro, precisa chamar mais duas pessoas, que também vão precisar pagar para entrar no esquema. Esse ciclo acaba se repetindo, até que alguém acabe saindo no prejuízo. 

Uma vítima, que pediu para não ser identificada, relatou que fez amizade com Borges há quase um ano e que chegou a transferir R$ 30 mil ao empresário. 

“Ele perguntou se, como amigo eu não poderia dar uma força pra ele, porque ele precisava pagar os fornecedores da cafeteria. Até então ele não me pediu como um empréstimo, mas como uma ajuda. Como ele estava saindo da empresa que trabalhava, logo sairia a rescisão. Eu passei R$ 30 mil e ele perguntou ‘se eu te der 7% ao mês, que daria R$ 2,1 mil, tu consegue segurar pra mim? É porque eu tô enrolado, reconstruí o negócio agora’. Eu aceitei. Com um tempo depois ele já chegou e falou 'tem um ouro, tem dólar', e já comecei a desconfiar”, comentou. 

“Sempre foi um cara muito educado, muito amigo. Tanto que era de vir na minha casa. Era uma pessoa boa aparentemente, muito dissimulada”, acrescentou a vítima. 

Conforme a delegada, algumas vítimas divulgaram o caso nas redes sociais, e até ofereceram recompensa por informações sobre o casal. Luiza Maia afirmou que pediu no fim de semana as prisões preventivas do empresário e da esposa dele. 

“Há um clamor das vítimas, que foram às redes sociais noticiar que foram enganadas. Está caracterizado o estelionato, seria um prejuízo patrimonial para as vítimas de mais de R$ 2,5 milhões. [...] A nossa equipe tentou localizá-los, mas não conseguiu. Ele fala inglês, francês, espanhol, é fluente, ele já viajou por vários países, eles têm passaporte, então eles podem ter feito uma rota de fuga internacional. Por isso, representei imediatamente pela prisão preventiva”, afirmou a delegada.

Informações postadas no G-1 Amapá.

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