Foi realizado, na última sexta-feira (27), um círculo de diálogo sobre o combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes na área portuária de Santana na campanha Maio Laranja.
O objetivo do encontro foi orientar pais de crianças que participam do projeto “Era uma vez” a criarem um laço de confiança com seus filhos e ficarem atentos a qualquer sinal que aponte que a criança possa estar sofrendo algum tipo de abuso.
O diálogo foi conduzido pela supervisora do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania da Comarca de Santana, servidora Neide Santos.
A palestra abordou os vários tipos de violências que uma criança pode sofrer – que não se limita à violência sexual, mas inclui também a psicológica, física, institucional e a exploração infanto-juvenil – e quais são os comportamentos que a criança ou adolescente pode apresentar ao sofrer algum abuso.
Neide trouxe um questionamento aos pais para dentro da roda de conversa: “como está o lugar que vocês ocupam como tia, irmã, mãe, pai, tio dentro da relação com a criança e o adolescente?”.
“Precisamos estar ali para ouvir, e não punir”, enfatizou a servidora.
“Muitas das vezes a criança não conta o que está acontecendo por medo de ser punida, por achar que ela é culpada justamente por que sempre que acontece algo os pais não a escutam e partem para violência física”, observou, e acrescentou que com isso as crianças não se sentem seguras em compartilhar algo que esteja acontecendo.
“Precisamos começar a criar essa relação de amor e atenção com os nossos filhos para que eles possam se sentir confortáveis em contar algo de ruim que eles estejam passando”, explica Neide.
Os pais presentes na conversa comentaram da importância da palestra que, apesar de já serem familiarizados com o assunto, a conversa abriu os olhos para que fiquem mais atentos e também para saberem como agir se for confirmado algum abuso.
Danúbia Moraes é mãe de uma das crianças do projeto Era uma Vez e explica: “temos que ficar atentos aos nossos filhos, pois uma mudança de comportamento pode apontar que esteja acontecendo alguma coisa”.
O círculo de diálogo ocorreu na escola Estadual Professor Afonso Arinos de Melo Franco e todo sábado há um momento de interação das crianças e com os orientadores do projeto Era uma Vez para que ocorra uma troca entre eles.
Para que o objetivo do projeto seja alcançado e o maior número de pais tenha conhecimento do assunto, uma vez ao mês deve haver essa conversa com os responsáveis das crianças para que sejam orientados e conscientizados sobre essa temática.
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