“Deram ao Amapá o título de pior Estado para se viver no Brasil”

Uma mulher com visão otimista, mas não deixando de dar razão para as problemáticas que o Amapá – assim como o restante do Brasil vem vivendo – é o que tem motivado a amapaense Renilce França, Profesora, Consultora e Empreendedora, a seguir numa luta diferente dos caminhos que já trilha nos últimos anos. 

Formada em Pedagogia e Especialista e Educação Profissional, atua na área educacional há mais de duas décadas, na qual já passou por diversas instituições de ensino (tanto da rede estadual como municipal), muitas delas principalmente no município onde reside atualmente, que é Santana. 

E foi justamente nesse convívio diário entre o trabalho e a comunidade que foi percebendo os desafios e as dificuldades enfrentados pela sociedade, ponto que foi muitas vezes citado em suas opiniões desenvolvidas em artigos que escreveu para jornais e sites que também buscam tratar de assuntos sociais. 

Nessa entrevista descontraída (quase sem limites para se expressar), Renilce explica um pouco de sua visão profissional e comunitária, também comenta de sua pretensão a uma das 24 vagas na Assembleia Legislativa do Amapá, e até explana alguns de seus propósitos políticos e sociais para o Estado. 

Blog - Como surgiu essa ideia de concorrer a uma das vagas do legislativo estadual? 

A origem desse projeto surgiu de um alinhamento de iniciativas contra a atual situação social e econômica do Estado, dessa convergência, partiu a aclamação de um grupo de amigos, quando um deles publicou em rede social uma espécie de enquete para sondar a adesão para candidatura ao parlamento; diante disso, compartilhei, demonstrando que não temeria a missão, caso os incentivos se mostrassem favoráveis, afinal faço crítica social há anos e não poderia me acovardar diante de um desafio; e dessa maneira aconteceu, vieram as intenções de apoio diversas, as quais honrada abracei, uma vez que, para uma sociedade desacreditada na política, diante de tantas decepções, ser motivo de esperança para alguém é algo muito especial, e merece ser tratado com muito respeito e responsabilidade; hoje sinto-me honrada em assumir este desafio, afinal, sinto segurança diante da questão e tenho absoluta autoconsciência sobre essa responsabilidade e de minha plena capacidade, portanto, esse é um projeto coletivo e guiado por Deus. 

Blog - Essa é sua primeira experiência na vida política. 
Como a senhora ver essa tentativa diante desse atual quadro social, político e até delicadamente econômico? 

Encaro com orgulho e otimismo essa missão; principalmente por observar o cenário caótico que o Estado vive, e que se torna ainda mais desafiador, pela cultura de política tendenciosa que se mostra minada por um conjunto de interesses pessoais, retroalimentados entre os indivíduos que compõe os poderes harmonizados, porém, a meu ver, de forma suspeita, na qual ambos se favorecem, enquanto a população se torna cada dia mais explorada, desemprego recorde, falta de incentivo verdadeiro ao empreendedorismo, com poder de compra cada vez mais reduzido, inclusive dos servidores públicos de base, que atravessaram um empobrecimento perceptível, ao longo das décadas, enquanto os benefícios como gratificações e supersalários nos três poderes aumentaram de forma escandalosa, e a disparidade entre esses e a população se assemelha a desigualdade somente vista no sistema aristocrático, de modo que tamanha desigualdade tem potencializado o surgimento das doenças sociais que avançaram em escalas recordes, e em seu conjunto, deram ao Amapá, o título de pior Estado para se viver no Brasil; esse processo é bem anterior a pandemia, mostrando que nosso problema é de ordem moral e política, e não endêmica. 

Em resumo, essa tentativa não é só minha, mas de um grupo de outros tantos que abraçaram esse projeto, como uma reação quase natural, e como toda força da natureza se mostra inevitável diante de tamanha necessidade.
 

Blog - Encontra motivações para seguir nessa disputa eleitoral em alguém ou algo? Quem ou o que seria? 

Tenho um exercício de auto estima e Fé permanente, para manter o otimismo diário e saúde plena, apesar das circunstancias adversas; tomo isso como estilo de vida, especialmente vivendo em um lugar com ocorrências que desafiam nossa tranquilidade  e esperança, como o desemprego, a falta de segurança pública, a negligencia assistencial básica, a inflação não corrigida com os reajustes devidos, entre outros; reflexos disso vem a violência, o pessimismo e o medo do futuro; não à toa temos tantos casos de suicídio e outros atos desesperados; que o digam os índices gritantes de doenças emocionais, com destaque para depressão e ansiedade que são respostas as dificuldades extremas, e a dor dessas pessoas me incomoda e incentiva a querer ajudar, porém, além disso, recebo muito estímulo direto e indireto do nosso grupo de apoio a pré-candidatura (no qual cada um representa um motivo especial).

Além desses, minha filha, esposo, mãe, afilhados, familiares, colegas, amigos, parceiros de profissão, alunos e ex alunos (crianças e jovens) sobrinhos, colaboradoras e cada pessoa em dificuldade que conheço e conheci ao longo dessa caminhada, me inspira e me fortalece a querer melhorar, e isso tudo torna muito válido esse desafio. 

Blog - Tem alguma bandeira de prioridade ou as causas a serem levadas para essa campanha são inúmeras? 

São tantos os problemas sociais e econômicos existentes hoje no Amapá, que nos levam a pensar em muitas causas necessárias, no entanto, embora me prepare para saber lidar e propor projetos e ações nas áreas essenciais, como saúde, educação, segurança e assistência que são demandas basilares, urgentes e indispensáveis, que quem me conhece sabe que atuo diretamente nessas áreas e tenho projetos voltados a elas; inclusive, uma das mais urgentes é de valorização do servidor público de terceiro escalão das diversas áreas, aquele que sustenta operacionalmente o Estado e precisa receber reconhecimento a contento, no entanto, tenho aprofundado diálogo em torno do emprego e renda que alcance jovens, pais e mães de família na base social, por meio do desenvolvimento econômico, do empreendedorismo nos diversos níveis, para o melhoramento das cadeias produtivas e de desenvolvimento que travaram ao longo das últimas décadas, com aparente intuito de controle econômico e manutenção do poder, através da política de dependência exclusivamente assistencial, que cria ciclos de dependência limitante, o que precisamos rever e devolver a dignidade ao povo amapaense, com seu direito de se desenvolver plenamente estimulado por meio do crédito desburocratizado e da capacitação, pois são os pequenos negócios que movem a economia. 

Blog - Já possui um número considerável de apoiadores e como eles enxergam essa sua decisão rumo ao legislativo? 

Nosso grupo é novo e está sendo construído diariamente, mas já percebemos que é formado por pessoas de diferentes áreas, idades, e conhecimentos, com diferentes capacidades e sonhos; temos professores, psicólogos, fonoaudiólogos, psicopedagogos, neuro-linguistas, consultores, empreendedores, trabalhadores da construção civil, vigilantes, policiais, enfermeiros, pastores, cabeleireiros, estudantes e outros, todos juntos e unidos pelo objetivo comum, que é o desejo de mudança estrutural por meio das iniciativas legais de destravamento do Estado, que precisa se desenvolver para dar dignidade aos nossos cidadão, mas que só tem centralizado o poder e a riqueza, e não podemos mais tolerar e nem nos acomodar diante da má gestão e inercia dos políticos eleitos até aqui. 

Queremos e faremos uma revolução nessa eleição, de modo que esse projeto de pré candidatura tem sido definido como uma iniciativa coletiva, e que tem envolvido um grupo valoroso e já consistente de adeptos voluntários, excedendo nossa expectativa inicial, em uma interessante adesão de lideranças qualificadas pelo nível moral, ético e técnico percebido nos componentes dessa equipe que aumenta a cada dia, com tendência de crescimento, pois a participação e engajamento tem sido bastante consistente; temos em comum o intuito de romper com as amarras do controle governamental e colaborar para que, através das nossas ações e projetos de Lei na Assembleia Legislativa, possamos reverter o declínio socioeconômico sentido atualmente, em vista que a quantidade de pessoas conscientes, responsáveis, trabalhadoras e sonhadoras que ainda acreditam no Amapá é imensa, e como sempre digo, os bons são maioria, mas se não nos envolvermos, continuaremos sendo direcionados por um pequeno e perverso grupo de políticos gananciosos, egoístas e corruptos, os quais precisamos ter coragem de enfrentar e vencer. 

Que Deus guie nossos passos! Pois não queremos mais ver nossos parentes e amigos indo embora do Amapá por falta de oportunidade e de esperança.

Comentários