Polícia conclui que adolescente matou a tiros motorista de app por ‘acerto de contas’

A Polícia Civil do Amapá detalhou nesta terça-feira (29) que a morte a tiros do motorista de aplicativo Ualax Bruno de Almeida da Silva, de 28 anos – crime ocorrido no dia 3 de março –, foi uma execução, realizada por um adolescente de 17 anos. 

O caso começou a ser investigado como latrocínio, mas a investigação demonstrou que o atirador e a vítima se conheciam e que o caso foi um “acerto de contas”. A polícia não detalhou no entanto qual seria o problema entre os dois. 

O menor de idade investigado foi apreendido em flagrante no dia 16 de março com uma arma de fogo e drogas, durante operação ‘Asfixia’, e foi levado para o Centro de Internação Provisória (CIP). Segundo a polícia, ele confessou dias depois que foi o autor dos disparos que mataram Ualax. 

O delegado Marko Scaliso, da Delegacia Especializada em Investigação de Atos Infracionais (Deiai), explicou que, na noite do crime, o motorista fez uma ‘corrida’ para o adolescente e mais um homem, com início em Santana e destino final no bairro Jardim Marco Zero, na Zona Sul da capital. 

Já desconfiando de algo errado, antes de iniciar o trajeto, o motorista ligou para um amigo, que o acompanhou na ‘corrida’, dentro do veículo. Esse amigo também foi baleado pelo adolescente, mas conseguiu sobreviver se fingindo de morto. 

“Ele [o adolescente] se utilizou de uma mulher para ela ligar e pedir uma corrida, e assim montar a famosa 'casinha'. A vítima, já desconfiando dessa corrida, chamou um amigo para acompanhar. Eles foram até Santana para pegar duas mulheres, só que quando chegou lá eram dois homens: um adolescente e mais um indivíduo que ainda estamos procurando”, informou Scaliso. 

“Na Avenida Terra, o adolescente convidou a vítima para fumar um cigarro e todo mundo sair do carro. O adolescente saiu do carro, retirou o motorista e o amigo dele, deu dois tiros no motorista e mandou a segunda vítima deitar no chão. A segunda vítima deitou no chão, colocou a mão na cabeça e o adolescente errou os tiros que eram para pegar na cabeça, pegaram no braço da vítima. A vítima que sobreviveu falou que se fingiu de morta. Os dois homens [criminosos] entraram no carro e fugiram do local”, detalhou o delegado. 

A investigação da Civil constatou que o motorista já conhecia o adolescente. Inclusive, ambos vieram conversando durante toda a viagem e também houve parada para compra de refrigerante. 

“Foi possível observar em depoimento da segunda vítima, que o adolescente e o motorista se conheciam, ou seja, eles vieram conversando, eles pararam para comprar um refrigerante. De acordo com o depoimento dessa vítima, quando o motorista viu o adolescente, ele meio que deu uma tranquilizada porque já o conhecia. Essa vítima disse que ficou agoniada, mas o motorista dizia para ele ficar tranquilo”, relatou Scaliso. 

O homem que acompanhou o adolescente no crime não foi localizado pela polícia até esta terça-feira. O carro do motorista de aplicativo foi apreendido em Macapá dois dias depois do homicídio. 

A pessoa que estava de posse do veículo da vítima foi indiciada pelo crime de receptação e a mulher que realizou a ligação para marcar a ‘corrida’ com Ualax foi indiciada pela Deiai como coautora no homicídio e tentativa de assassinato. 

“Esse rapaz que foi apreendido na posse de veículo não sabia do crime cometido, mas ele tinha a ordem para deixar esse carro para alguém em determinado local. Não sabemos se já para fins de retirar esse carro do estado ou fazer qualquer adulteração nesse veículo”, disse o delegado Celson Pacheco, da Delegacia Especializada em Crimes Contra o Patrimônio (Deccp). 

O inquérito foi concluído pela Polícia Civil e encaminhado para análise do Ministério Público do Amapá (MP-AP).

Informações postadas no G-1 Amapá

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