Atrás de emprego, centenas de pessoas deixam currículos em portaria de mineradora em Santana

Não se tem um número exato de quantas pessoas haviam, mas estima-se que eram centenas que enfrentavam o sol quente durante a manhã desta terça-feira (28) para entregar o currículo e tentar uma vaga dentro de uma empresa ligada à mineração que vem realizando os trabalhos de recuperação de uma área histórica no Centro de Santana, no Amapá. 

Segundo informações, a fila formada pelos candidatos começou ainda de madrugada e alcançava mais de 100 metros de extensão, levando muitos a se abrigarem até mesmo em árvores próximas ou do outro lado de uma das pistas da Avenida Santana, região onde está instalada a mineradora. 


André Soares, de 34 anos, informou ao blog que está desempregado há mais de três anos e foi um dos primeiros a chegar no local em busca da oportunidade. Segundo ele, está cada vez mais difícil conseguir uma vaga para trabalhar na cidade. 

“Eu estou precisando do serviço, tenho família para cuidar, preciso pagar aluguel. Aqui está muito difícil serviço, muita gente esperando. Já recebi propostas para ir embora do Amapá, mas acredito que aqui o negócio pode mudar”, afirma. 

Há dois anos buscando uma oportunidade, a jovem Sânilla Tavares, de 22 anos, concorda com a escassez de emprego no Estado. Para conseguir trabalho, ela veio do município de Porto Grande – que fica há mais de 110km da capital amapaense – para somente deixar seu currículo na portaria da mineradora. 

“Tenho escutado falar desde a semana passada que os serviços de mineração vão retomar e que estavam aceitando currículos somente por aqui por Santana, vim na cara e na coragem, por que acredito que posso conseguir uma vaga”, crê a jovem. 

Apesar do número expressivo de pessoas que apenas procuravam deixar o currículo, um funcionário da empresa (vigilante) comunicou às pessoas presentes que o recebimento de currículos havia sido encerrado, mas que uma nova data futura seria informada para receberem tais documentos. 

O blog tentou contato com os responsáveis da mineradora, mas apenas uma pessoa (que pediu para não ser identificada) nos informou que os serviços administrativos já estão bem adiantados, onde prédios e veículos estão passando por reformas e adaptações. 

Ao serem perguntado sobre o minério estocado na área da mineradora, nos informaram que parte do minério vem sendo transportado em caminhões e levado para uma área que fica ao lado da fábrica de cavacos da Amcel. 

Ainda nos informaram que, em relação às moradias que foram erguidas ilegalmente sobre os trilhos da ferrovia – que também passará por total recuperação física – a citada área será reintegrada ao sistema patrimonial da mineradora, visando servir para a reativação e uso das locomotivas existentes na empresa, que servirão no transporte de minérios da região de Serra do Navio para a região portuária de Santana.

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