“Ainda sem acreditar”, diz mãe de Raiane Miranda, morta há 1 ano pelo ex-namorado

Neste sábado completa 1 ano daquele 31 de julho que parece que ainda não terminou para a família e, principalmente, para a mãe de Raiane Miranda. A jovem com 20 anos foi morta brutalmente a facadas pelo ex-companheiro que não aceitava o fim da relação. O crime aconteceu em Santana, a 17 quilômetros de Macapá. 

Passados 365 dias, quem conviveu com a jovem, que deixou uma filha, tem apenas um desejo: justiça. O acusado do crime, George de Oliveira Corrêa segue preso à espera do julgamento, ainda sem data marcada. 

O primeiro ano da morte seria lembrado com um ato pela família, mas problemas de saúde com os avós de Raiane limitaram as ações da família. As manifestações pedindo por celeridade no caso vão acontecer nas redes sociais. 

Diariamente, o vazio pela ausência e angústia pela espera por justiça atinge a mãe da jovem. Clene Miranda acredita que qualquer decisão dos homens é pouco para minimizar os impactos da tragédia. 

“Estamos no aguardo do júri, para que ele seja julgado, condenado e pagar mais ainda pelo que fez. Isso é pouco para ele. Como mãe, acho que é muito pouco a pena máxima. Perdemos a Raiane de surpresa, não estávamos preparados para uma perda tão grande, até hoje sentimos muito. Um ano sem Raiane, ainda sem acreditar. Guardamos na memória, no coração”, relatou. 

Preso preventivamente desde o crime, a 1ª Vara Criminal de Santana decidiu pelo júri popular do acusado por homicídio triplamente qualificado: por motivo torpe, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio.

“Faz um ano, está muito recente a perda da minha filha. Não dá para acreditar, é inaceitável, a gente sabe que um dia vai morrer, mas é inaceitável a forma que ela foi. De como aquele maldito tirou a vida dela”, lamenta a mãe. 

A investigação apontou que o crime teve características de feminicídio e foi premeditado, pois Corrêa tinha ciúmes de Raiane e ficou próximo da casa dela vários dias antes do assassinato, monitorando a vítima, que até chegou a mudar de telefone para não ser mais incomodada. 

A fase de instrução processual encerrou no dia 26 de novembro, após três audiências, onde foram ouvidas 7 testemunhas. Três delas descreveram que o réu confessou informalmente a autoria do crime e que estava arrependido do que fez. 

Nas alegações finais, o Ministério Público (MP) afirmou que o réu agiu de maneira premeditada por motivo torpe, em situação de feminicídio, com uso de uma faca, mediante recurso que impossibilitou a defesa, uma vez que atingiu a vítima com 4 facadas pelas costas e matou a vítima. Por isso, pediu que ele fosse a júri e também que seja condenado. 

Para a decisão de levá-lo a júri, a juíza do caso destacou que o auto de prisão em flagrante, o boletim de ocorrência, o exame de corpo de delito e o vídeo das câmeras de segurança são provas incontroversas. 

A defesa de George, feita pelo advogado Osny Brito, detalhou que atualmente o processo está em recurso no Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap) contra a decisão de 1º grau, que questiona as qualificadoras: por motivo torpe, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio. 

“Trata-se indubitavelmente de um ‘crime passional’, pois meu cliente, nunca teve sequer uma multa de trânsito na vida, tal classificação é dada pela criminologia, que estuda o crime, pois não se trata de um crime motivado por ganho financeiro, também não é um crime habitual, mas sim o passional, aquele movido por violência emoção, por intensos sentimentos, que levou meu cliente ao banco dos réus”, justificou. 

O advogado também acredita que existem motivos para que George responda em liberdade, recusada diversas vezes pelo Judiciário ao longo do processo. 

“Meu cliente se apresentou espontaneamente, tem residência fixa, primário, trata-se de um fato isolado e tem ocupação lícita, a sua prisão não está em consonância com o processo penal e os princípios constitucionais, que devem ser aplicados a todos, independente de cor, raça ou credo”, pontuou. 

Assassinato 
O crime aconteceu por volta de 21h30 de 31 de julho, próximo da casa da vítima, em Santana. Raiane levou 4 facadas, na região posterior do pescoço e nas costas, que levaram ela à morte. 

O ex-namorado foi preso preventivamente como o autor do homicídio. 

Raiane e Corrêa namoraram por cerca de 2 anos, e terminaram no início do mês de julho por decisão da vítima. 

Cinco dias antes do crime, ele havia ameaçado ela de morte por mensagens no telefone, o que foi anexado no inquérito. 

De acordo com familiares, a jovem voltava do trabalho quando George a abordou próximo de casa. Câmeras de segurança registraram o momento do crime.

Informações postadas no G-1 Amapá

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