SVS não descarta possibilidade de ‘lockdown’ no Amapá

Durante a semana vários rumores sobre um possível lockdown (isolamento total) circularam nas redes sociais, no entanto, a Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS/AP) esclarece que essa informação não é oficial de autoridades, porém não deixa de ser uma possibilidade que pode ser analisada. 

“Circula nas redes sociais e meios de comunicação um áudio e uma nota informando sobre o lockdown, mas não temos ainda essa definição oficial. Obviamente nós temos uma opinião de que precisamos ter mais firmeza nesse processo todo de isolamento, e essa medida tem uma razão de ser, caso seja feita. Ainda temos muitos estudos para fazer sobre essa questão, não temos uma definição, isso tudo será trabalhado com o Comitê Científico, prefeitos, SVS e governador”, explicou Dorinaldo Malafaia, superintendente da SVS. 

O lockdown é considerado uma medida eficiente e vantajosa na contenção de crises epidemiológicas, como a pandemia de Covid-19, e pode ser decisivo no achatamento da curva de crescimento dos casos, visto que o isolamento é radical. 

“Eu sempre pego como exemplo nossa vizinha, a Guiana Francesa. Ela continua com aproximadamente 100 casos, sem registro de óbitos, com um fluxo de pessoas bem disciplinadas que vão do trabalho pra casa e fazem só as compras que são necessidades. Isso tá fazendo com que a onda de crescimento seja estabilizada e depois disso as pessoas adquiram um pouco mais de resistência imunológica, e também o próprio sistema público de saúde consiga se preparar pra casos futuros. A combinação dessas duas coisas é fundamental para o achatamento da curva”, falou. 

Dorinaldo pontua que a medida ajuda muito no controle do vírus, mas é necessário que exista uma boa estrutura operacional e logística para o cumprimento efetivo do lockdown.

Precisamos verificar algumas situações. Por exemplo: quais são as nossas condições materiais e operacionais, de governança, do ponto de vista de controle militar e fiscalização? De controle de acesso nas rodovias? Isso tudo deve ser levado em consideração. Nossa decisão técnica tem que ser amparada na questão operacional de capacidade do estado, na sua força policial e de fiscalização, para acompanhar. Então, não é uma decisão somente da SVS”, esclareceu. 

O superintendente também aponta como possibilidade para controle da pandemia o rodízio de carros. 

“Pode ser uma alternativa, temos uma diversidade de possibilidades para controlar esse fluxo. O fato é que as pessoas estão na rua, fazendo lives, confraternizando. As assintomáticas, principalmente, não sentem nada e pensam que podem tomar uma cervejinha”, finalizou Dorinaldo. 

Epicentro 
De acordo com a SVS/AP, a cada 100 mil habitantes o Amapá tem 100 infectados pelo novo coronavírus, um número maior que São Paulo, onde 42 habitantes estão infectados numa amostra de 100 mil. 

Olhando os dados em proporção ao número de habitantes, São Paulo deixa de ser o epicentro da doença e dois estados da região norte assumem esse posto: Amapá e Amazonas. 

Dados do Ministério da Saúde mostram que o Amapá tem até esta quinta-feira (30) 1016 casos confirmados e 31 óbitos, enquanto o Amazonas tem 4801 infectados e 380 mortes.

Informações postadas no Diário do Amapá

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