Desabamento em Santana: Prático evita acidente grave no Amapá

Um trágico acidente, em decorrência de marés pouco comuns, no Amapá, provocou o desabamento de um terminal da empresa Anglo American Brasil, na região portuária de Santana, a 20 quilômetros de Macapá, capital do Amapá, que arrastou guindastes, caminhões e parte da estrutura administrativa da empresa no local. 

Seis, das quais três funcionários e três terceirizados do terminal encontravam-se desaparecidos no início da tarde desta sexta-feira, dia 28 de março de 2013. 

A empresa divulgou nota oficial explicando que comunicou o incidente a todas as autoridades do Amapá. O incidente só não teve maiores proporções devido à pronta atuação do prático Fernando Sérgio Trindade Tocantins. 

Nesse terminal de minério estava atracado o navio “MV Sabrina Venture”, recebendo carga, sendo arrastado pela forte corrente e levando junto todo o terminal. Logo que foi acionada, a Praticagem do Amapá mobilizou o prático de serviço, que deslocou-se o mais rápido possível para o navio “MV Sabrina Venture” a fim de cumprir sua tarefa de assessorar o Comandante do Navio a executar a manobra mais segura possível para a situação, na tentativa de minimizar os danos causados por esse fenômeno de maré, que provoca grande deslocamento de massa d’água, com velocidade e força inimagináveis. 

Chegando a bordo, o Prático da Zona de Praticagem do Amapá, Fernando Sérgio Trindade Tocantins, com 22 anos de experiência, foi capaz de mitigar os riscos e consequências dessa tragédia provocada por tal fenômeno da natureza. A máquina do navio só foi acionada cerca de 1 hora depois que o prático estava à bordo, pois o navio havia sido perfurado e estava fazendo água.

Na posição em que o navio encontrava-se a tendência era de bater nas balsas de óleo amarradas na bóia próxima ao terminal da Anglo, estando o mestre do rebocador “Alcântara” muito preocupado com o eminente abalroamento por não possuir em seu rebocador radares de modelos mais modernos, com GPS integrado, o que permitiria demonstrar-lhe se havia abatimento ou não. 

Cabe lembrar que nesta situação as referências visuais são desfeitas no meio da confusão, então a preocupação do mestre era saber se estava fazendo o esforço de tração no sentido correto. Houve necessidade do prático Tocantins acalmá-lo e orientá-lo, dando a sua certeza pessoal de que conseguiriam ir para frente. 

Não foi possível fundeio no local, havendo estruturas submersas e, também, por não haver espaço suficiente para o navio girar nas viradas de marés. Depois de passarem próximo aos outros rebocadores que encontravam-se amarrados na bóia (como somente existem manobras diurnas não existe prontidão de todos os rebocadores à noite) eles tiveram que vencer a forte corrente que os jogava primeiro para cima do terminal destruído e depois dos dois navios que estavam atracados nos terminais da CDSA 1 e CDSA 2. 

Tudo foi muito complicado, uma vez que o navio “MV Sabrina Venture” encontrava-se inteiramente à matroca (sem propulsão e flutuando). A conclusão unânime dos envolvidos foi que, sem os rebocadores azimutais, sendo todas as manobras orientadas pelo experiente prático Tocantis, a tragédia seria muito maior.

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