Jovem morto em Santana teve dois irmãos executados no ano passado, diz polícia

O delegado Nícolas Bastos, da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Santana, município distante 17 quilômetros de Macapá, instaurou inquérito para apurar o assassinato de Hugo Tcharles Silva de Souza, de 18 anos, registrado na madrugada de domingo (19) depois que ele foi esfaqueado durante uma briga generalizada em um bar que funciona 24 horas na Avenida Pastor Sozinho, bairro Remédios I. 

Segundo o delegado, a briga foi promovida por integrantes de duas facções criminosas rivais. Depois de esfaqueado, Tcharles e um primo dele, também ferido com gravidade, foram levados ao Pronto Socorro de Santana. Ele não resistiu e acabou morrendo.

Recepção do Hospital de Santana depredado
Depredação 
Ao mesmo em que apura o crime de homicídio, o presidente do inquérito investiga a ação do grupo que levou os feridos ao hospital, e que logo após saber da morte de Hugo, iniciaram a destruição da recepção do hospital. 

“Essas pessoas, que estavam sob efeito visível de álcool, iniciaram um verdadeiro quebra-quebra. Pacientes e funcionários que estavam no local fugiram correndo, deixando para trás celulares e bolsas, o que foi levado na confusão. O prejuízo material da unidade de saúde ainda está sendo contabilizado. As pessoas que ali se encontravam estiveram em situação iminente de risco. As imagens das câmeras de segurança irão nos auxiliar no trabalho de reconhecimento desses vândalos. Eles irão ser identificados e responsabilizados criminalmente, isso eu garanto”, afirmou o delegado. 

Delegado Nicolas a frente das investigações
Prisão 
Nícolas Bastos disse que um homem, de 28 anos, preso nesta segunda-feira (20) e que estava na briga, foi colocado atrás das grades por estar com um mandado de prisão em aberto, e por ter esfaqueado um motoqueiro pelas costas durante a confusão. 

“Esse homem preso havia esfaqueado um motoqueiro no momento da briga. A ação foi para roubar a motocicleta da vítima. Ele também estava com mandado de prisão em aberto. Ao que parece ele [preso] era amigo do homem assassinado, mas tudo isso será devidamente esclarecido”, complementou. 

Faccionado 
O delegado declarou ainda que Hugo Tcharles integrava uma facção criminosa atuante no Amapá, e que ele já havia sido alvo de uma ação criminosa no ano passado. Bandidos de uma organização rival foram até a casa dele, no bairro Hospitalidade, para matá-lo. 

Como não o encontraram, resolveram matar os irmãos de Hugo, identificados como Bruno Silva, de 24 anos, e Danilo Silva de Souza, de 15 anos. Bruno era cadeirante. 

“Desde essa época o Hugo desapareceu de Santana. Ele passou uma temporada fora e havia retornado recentemente para o município. Porém, estava na mira dos rivais”, concluiu Bastos. 

As execuções 
Os irmãos Bruno Silva, de 24 anos, e Danilo Silva de Souza, de 15 anos, foram executados com vários tiros na noite de quarta-feira (04 de fevereiro de 2019) em uma residência localizada na Rua Machado de Assis, bairro Hospitalidade, no município de Santana, distante 17 quilômetros de Macapá. Pelo menos quatro homens são suspeitos de envolvimento no duplo homicídio. 

Há época o delegado Antônio Pedro, da Polícia Civil, disse que as vítimas foram atingidas principalmente na região da cabeça, o que caracteriza a execução. 

“As vítimas foram executadas com tiros de pistolas calibre Ponto 40 e 380. A comprovação do armamento está nos estojos recolhidos pela perícia no local. agora, resta saber a motivação. Ambos tinham passagens pela polícia por crimes como tráfico de drogas e assalto. O Bruno Silva tinha uma condenação de mais de 5 anos por assalto”, revelou o delegado. 

Ainda de acordo com Antônio Pedro, Bruno ficou paraplégico após ter sido alvejado com um tiro nas costas enquanto ainda cumpria pena no Iapen. Desde o atentado na penitenciária, Bruno passou a depender de uma cadeira de rodas para se locomover, o que o tornou alvo fácil para os assassinos. 

Testemunhas relataram ter visto pelo menos um dos suspeitos encapuzados. Eles contaram com apoio logístico de um carro modelo Siena, de cor vermelho. Três bandidos teriam desembarcado para executar as vítimas. 

Os corpos foram removidos para o Departamento de Medicina Legal (DML) da Polícia Técnico-Científica (Politec) para serem necropsiados. A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar as mortes.

Informações postadas no Diário do Amapá

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