Curso de Práticas Restaurativas certifica moradores de comunidade quilombola de Santana

O Centro Judiciário de Solução de Conflitos da Comarca de Santana concluiu, na última segunda-feira (15/10), o curso de Formação em Práticas Restaurativas na comunidade quilombola São Raimundo do Pirativa, localizada às margens do Rio Matapí, no município de Santana. 

Participaram também do curso, realizado em parceria com o Ministério Público do Amapá, moradores das comunidades de São Tomé do Alto Pirativa e Cinco Chagas. No total foram certificados 25 moradores da região. 

Presente na solenidade de encerramento, a titular da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Santana, juíza Larissa Noronha, destacou que o curso foi o desfecho da ação iniciada na comunidade em novembro de 2017, quando as equipes da Vara da Infância e Juventude, CEJUSC e Ministério Público visitaram a comunidade para fazer diagnósticos.

“Estivemos aqui para conhecer a realidade e realizarmos os diagnósticos, quando verificamos que um curso de práticas restaurativas poderia trazer inúmeros benefícios para os moradores da região, sendo uma forma também de manter o contato com a comunidade, deixando evidente que a Justiça do Amapá está com os olhos atentos para as áreas rurais”, ponderou a magistrada. 

Ministrado pela coordenadora do CEJUSC santanense, Neide Santos, e pela servidora da Promotoria de Santana, Lucivane Sales, o curso foi realizado durante cinco semanas, quando cada módulo tinha carga horária de quatro horas. 

O curso abordou temas como a história da prática restaurativa, comunicação não-violenta, escuta ativa, observação e círculos de resolução de conflitos e diálogo. 

Segundo Neide Santos, coordenadora do CEJUSC da Comarca de Santana e ministrante do curso, a capacitação, além da parte teórica, teve também foco na parte prática para que os participantes pudessem replicar os conhecimentos dentro da comunidade. 

“Oferecemos noções teóricas e focamos na aplicação prática dessas técnicas, para que eles possam resolver os conflitos que ocorrerem de forma pacífica, tendo como base o diálogo e a compreensão”, explicou. 

Parceira na realização do curso, a promotora Silvia Canela reafirmou a cooperação existente entre Tribunal de Justiça e o Ministério Público. 

“É sempre uma alegria muito grande poder trazer conhecimento para a sociedade. São ferramentas simples, mas muito ricas em eficiência causando impacto positivo dentro de um ambiente social. Através dessa parceria, efetivamente, estamos mais perto da sociedade, cumprindo o nosso dever de proporcionar a Justiça para os cidadãos”, afirmou.

Para o morador da comunidade e agente de saúde, Sidney Siqueira Picanço, a realização do curso demonstra o olhar atento da Justiça para as áreas rurais. Ele ressaltou que após o curso serão multiplicadores do conhecimento absorvido durantes as aulas. 

“Comunidades como a nossa precisam de pessoas qualificadas e agora seremos os multiplicadores desse treinamento, prontos para atuar dentro das escolas e de outras comunidades que ainda não tiveram essa oportunidade de aprendizado”, garantiu o agente de saúde. 

O professor Michel Sá observou que a ferramenta será muito bem aproveitada por todos que participaram das aulas teóricas e práticas, tendo impacto não somente dentro de ambientes escolares, mas causando benefícios na vida pessoal de cada um. 

“Com essas técnicas podemos resolvemos problemas sem precisar que cheguem até a Justiça. Basta abrir espaço para o diálogo, ouvir o próximo e podemos solucionar o conflito, então foi extremamente gratificante e agradecemos muito essa iniciativa”, finalizou o docente.

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