3ª Virada Afro encerra com grupos de marabaixo e show nacional

Ao som dos tambores de batuque de marabaixo, música popular amapaense, hip hop, samba, axé, pop e reggae, na noite de domingo, 1º, encerrou a 3ª Virada Afro Cultural – Circuito Amapá Afro. A estrutura montada pelo Governo do Estado do Amapá (GEA), na principal avenida do município de Santana, atraiu milhares de pessoas para os três dias de programações, que começaram na sexta-feira, 29 de junho. 

O evento, coordenado pela Fundação Cultural Palmares, teve apoio da Secretaria Extraordinária de Políticas para Afrodescendentes (Seafro), da Secretaria de Estado do Turismo (Setur), além da Prefeitura de Santana. Os recursos financeiros foram de emenda do deputado federal Marcos Reátegui e contrapartida do GEA. 

Entre as atrações da última noite, 15 grupos folclóricos de raiz africana se apresentaram no palco secundário, onde a energia do marabaixo, com muito batuque e gengibirra, tomou conta da Avenida Santana. O grupo União dos Devotos de Nossa Senhora da Conceição (UDNSC) Igarapé do Lago possui mais de 150 anos de tradição no Amapá. Suellen Paes, 31 anos, faz parte do grupo e afirma que é bom poder mostrar o trabalho que a comunidade desenvolve. 

“Trabalhamos com a comunidade o ano inteiro para conseguir comprar nossas roupas e adquirir os instrumentos. Nosso grupo é tradicional e é bom poder mostrar nossa cultura em eventos como esse”, declarou a moradora da comunidade do Igarapé do Lago. 

A tradição e o conhecimento, nas culturas de matriz africana, são repassados de geração em geração. Vanessa Nascimento é mãe da pequena Geandra Vitória, 2 anos e 3 meses, que já estava girando a saia na roda de marabaixo. 

“Muito bacana a valorização da nossa cultura em um evento como esse. Aqui, todos os grupos podem mostrar um pouco do que sabemos e o que aprendemos diariamente”, descreveu a mãe. 

Entre os visitantes da festa estavam amapaenses, pessoas de outros estados e de outros países. O músico argentino Ignácio Fitzsimons, 30 anos, está em uma aventura cruzando os países da América do Sul. Para ele, a oportunidade de conhecer mais da cultura e dos costumes foi espetacular. 

“Muito bom, a dança, música, as bebidas, as pessoas. Estou feliz em ter participado desse evento”, ressaltou o aventureiro. 

A programação da terceira edição da Virada Afro começou com um culto ecumênico no palco principal da Avenida Santana, a atração nacional na noite de abertura foi o grupo Olodum. 

A segunda noite foi embalada pelas cantoras Naná Martins, de Alagoas, e Grazzi Brasil, ex-participante do programa The Voice Brasil, da Rede Globo, que agitaram o público com muito samba, axé e dança. 

O destaque da última noite, para encerrar o evento com chave de ouro, foi a cantora baiana Margareth Menezes, que misturou vários estilos e enalteceu a importância de acabarmos com a desigualdade racial. 

“Muito importante esse evento, a virada cultural é justamente para diminuir a desigualdade e valorizar nossa cultura. Parabéns a todos os grupos, que fizeram esta festa se tornar tão bonita”, destacou a artista. 

 Além da baiana, Rogerio e Cia, Tambores Tucujus, Grupo São Batuques, Osmar Junior e o grupo de hip hop Realidade Negra se apresentaram no palco principal.

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