Acusado de golpe na Prefeitura de Santana tem R$ 1,1 milhão bloqueado pela Justiça

Empresário Elton Lira, de 31 anos
O Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap) determinou o bloqueio judicial de R$ 1,1 milhão das contas do empresário Elton Félix Gobi Lira, de 31 anos, preso por estelionato desde 15 de junho em Belém, no Pará. 

O valor é referente ao dano provocado pela empresa dele, a Êxito Consultoria, na prefeitura de Santana, que causou rombo de R$ 900 mil com a oferta de falsos investimentos previdenciários. 

Elton Lira foi detido por supostamente aplicar o mesmo golpe em prefeituras do interior do Pará e também de Tocantins. O pedido para bloqueio dos valores partiu do Instituto Previdenciário de Santana (Sanprev), que firmou contrato com o empresário em 2015, com falsas promessas para render o valor na bolsa de valores. 

A imprensa tenta contato com os advogados do empresário. A Samprev pediu o pagamento atualizado com juros e correção de R$ 1.161.111.35, além de outros R$ 2 milhões referentes a danos morais. Inicialmente, o juiz Fábio Silveira Gurgel do Amaral, da 1ª Vara Cível de Santana, concedeu tutela de urgência somente do valor do rombo. 

Sanprev investiu R$ 900 mil na empresa de Elton
“Além disso resta demonstrado que há perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo caso se aguarde até o final da demanda para buscar o ressarcimento dos valores em favor da Autarquia Municipal”, detalhou o magistrado na decisão, publicada na quarta-feira (4). 

O suspeito de estelionato apresentava periodicamente a Samprev extratos que mostravam que o valor havia rendido e chegado a R$ 1,3 milhão, mas, depois foi descoberto que os extratos eram falsos, conforme a entidade. As aplicações também haviam desaparecido. 

Os crimes atribuídos a Elton foram alvo da operação "Olho de Tandera", da Polícia Federal. A ação que cumpriu mandados em 20 de setembro chegou a conduzir coercitivamente em Macapá a ex-esposa do empresário, a jornalista Dayanne Lima. Ela negou qualquer envolvimento no caso. 

Ex-esposa de Elton foi detida em operação da PF
Investigação 
A apuração do caso foi feita no Pará, que pediu a prisão de Elton depois de identificar fraudes previdenciárias que chegaram a R$ 20 milhões. As vítimas apresentadas até o momento são pessoas físicas e prefeituras de municípios do Pará. Elton se passava por investidor financeiro que apresentava aplicações na bolsa de valores que nunca existiram, conforme as investigações. 

“Geralmente, ele marcava reuniões em hotéis de luxo aqui em Belém, ele fazia um network com vários políticos, pessoas da sociedade. Ele trabalhava, isso é fato, tem contato em vários fundos de previdência, então [ele fala] 'pra quem trabalha com universo de mais de R$ 20 milhões, para quê iria enganar pessoas físicas?”, declarou à TV Liberal o advogado Tiago Santos, da defesa das vítimas. 

Pela internet, Elton ostentava o que conseguia comprar com o dinheiro dos investidores: relógios de ouro e carros importados. O comportamento dele revoltou as vítimas, que denunciaram o golpe.

Informações do G-1 Amapá

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