Moradores do Elesbão sofrem com água contaminada por minério

Algumas casas da comunidade já constataram o
fornecimento de água contaminada.
Alguns moradores que residem na comunidade do Elesbão – distrito que fica a cerca de 5km da sede municipal de Santana – estão preocupados com a água que vem sendo utilizada diariamente em suas residências. 

Segundo os moradores, o sistema de distribuição de água pode está comprometido em sua composição líquida, tudo em razão das toneladas de minério de ferro que estão caindo gradativamente pela antiga área de estocagem de minérios da empresa Zamin, localizada na área portuária de Santana. 

“Quando ligamos a torneira, você logo percebe que a água vem com uma cor mais escura e até barrenta”, disse a doméstica Maria Benedita, que mesmo tendo uma bomba d’água e um filtro instalado na torneira principal da cozinha, não consegue evitar com que o produto chegue sem apresentar qualquer anomalia. “O filtro ainda tenta limpar um pouco a água, mas a consistência que vem nela chega a ser mais pesada”. 

Assim como a doméstica, outros moradores também questionam a mesma situação. Como a comunidade está situada nas margens do Rio Amazonas (e menos de 2km da antiga área de estocagem mineral da empresa), o acesso não pôde ser evitado. 

“Usamos da água do rio todos os dias, mas mesmo com o filtro e colocando cloro, já não é possível resolver a limpeza dele”, disse o carpinteiro José Almeida, que já comunicou a Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa) sobre a situação, mas foi informado de que a reclamação tem que ser encaminhada para outros órgãos competentes. 

Comunidade fica em frente ao Rio Amazonas.
Zamin
O referido minério que vem sendo despejado no Rio Amazonas pertence à mineradora Zamin, localizada em Santana. O minério – que encontrava-se estocado na área próxima ao rio – acabou caindo nas águas há pouco mais de um mês quando a área desmoronou por razões desconhecidas geologicamente. 

O local já havia sofrido por outros desmoronamentos, sendo que o mais grave aconteceu em março de 2013, quando uma extensa área da mineradora desabou, resultando na destruição de uma estrutura portuária e na morte de seis operários que se encontravam trabalhavam naquela ocasião. 

Mesmo com a área interditada, por determinações do Ministério Público, a mineradora vinha utilizando a área em suas atividades de embarque de minérios, mesmo ocorrendo os constantes desmoronamentos terrestres da área. 

Procurada pelo blog, através de contato via e-mail e pelo telefone 3281-6000, a mineradora não retornou com os contatos.

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