Do local ao Global: a importância do Horto para combater as mudanças climáticas

Em um mundo cada vez mais ameaçado pelas mudanças climáticas e pela degradação do meio ambiente, o ativismo emerge como uma poderosa força para inspirar mudanças. 

Entre as vozes dessa luta está a de Elissandra Lopes, uma professora que transformou sua indignação em um clamor por políticas públicas em seu município. 

Há cerca de quatro anos, Elissandra luta, com o apoio da comunidade, para sensibilizar o poder público municipal quanto à criação de um Horto Florestal e Medicinal. 

A ativista tem buscado aprender com os acertos e desafios enfrentados por instituições públicas e privadas voltadas para a pesquisa e preservação ambiental. 

Para isso, tem entrevistado pesquisadores, gestores e técnicos. Visitou o Parque Mangal das Garças, o Horto Florestal e o Museu Emílio Goeldi, todos localizados na cidade de Belém (PA), além do Herbário da Guiana Francesa e diversas iniciativas e instituições em Macapá e Santana. 

Também participou, junto ao vereador Adelson Rocha, do evento Diálogos Amazônicos, onde apresentou às autoridades a exposição de motivos para a criação de um horto na cidade de Santana. 

Mobilização e abaixo-assinado 
Entre as conquistas que Elissandra celebra está a mobilização de mais de 6 mil assinaturas de cidadãos santanenses em apoio à causa. 

Questionada sobre as principais dificuldades que enfrenta, a ativista destaca: 

“Jamais imaginei que um dos principais desafios seria obter o apoio da classe política para essa empreitada. Sabemos muito bem que isso é uma prerrogativa dos poderes constituídos, pois gera ônus para o município. No entanto, trata-se de algo que não beneficiará apenas esta geração, mas também as futuras. Nossa meta, a médio e longo prazos, é gerar cadeias produtivas de fitoterápicos. Começamos esse debate em 2020, em meio à pandemia, e acreditamos no seu êxito, desde que a sociedade esteja engajada na restauração do cinturão verde que envolve Santana, especialmente nas áreas afetadas pela implantação irresponsável da acácia australiana nas décadas de 1970 e 1980. O ano de 2025 seria ideal para apresentar, na COP30, os primeiros resultados da implementação dessa política pública como uma medida para combater as mudanças climáticas e servir de modelo para outras cidades da Região Norte. No entanto, estamos muito atrasados”. 


Educação e sensibilização 
Sem qualquer apoio do poder público, Elissandra investe na sensibilização dos mais de 1 mil alunos da Escola Estadual Professor José Barroso Tostes. 

Por meio das aulas da disciplina de História, ela busca conscientizar os estudantes sobre a herança de desequilíbrio ambiental deixada no município, marcada pela degradação da flora e fauna, resultado da exploração mineral e da monocultura.




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