“Usina Termelétrica em Santana pode alavancar a economia com criação de numerosos empregos para os jovens amapaenses”

A Câmara de Vereadores de Santana, a 21 quilômetros de Macapá, realizou audiência pública na noite de quarta-feira, 21 de junho, para debater a viabilidade de instalação da Usina Termelétrica Rio Matapi II, que deve ocorrer somente após a conclusão dos estudos de impactos ambientais e socioeconômicos realizados por especialistas da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema). 

De acordo com o projeto, toda a usina será movida a gás natural. 

Marco Antonio de Bulhões Marcial, executivo-chefe de operações da empresa CL RJ 017 Empreendimentos e Participações S.A, com sede no bairro de Botafogo, Rio de Janeiro, esteve na CMS explicando aos legisladores, convidados e jornalistas as etapas de implantação do projeto que terá investimentos iniciais de R$ 2 bilhões e um prazo de conclusão estimado em três anos. 

Após a instalação concluída, a usina terá capacidade para gerar 600 megawatts. Ou seja, com essa potência é possível fornecer energia para aproximadamente 600 mil residências durante uma hora, conforme estimativas apresentadas por Marcial. 

Segundo a secretária do Meio Ambiente, Taísa Mara Morais Mendonça, qualquer empresa interessada em se instalar no Amapá deve se submeter a um procedimento de licenciamento ambiental. 

"Esse processo é coordenado pela Sema com base na legislação federal que prevê a realização de audiência pública para debate dos possíveis riscos à biodiversidade e para esclarecimentos de dúvidas apresentadas por representantes da sociedade", esclarece ela.

Segundo a titular da Sema, após a audiência será concedida à empresa proponente a licença prévia para realização de levantamentos mais amplos na área onde pretende se instalar.

"Existe licença prévia, licença de instalação e licença de operação, e nós estamos nesse período inicial do processo de licenciamento", assinala. 

Em entrevista exclusiva, o executivo Marco Antônio falou sobre a importância da UTE MATAPI II para o desenvolvimento social e econômico de Santana, bem como para todo o Amapá. 

BLOG — A Câmara de Vereadores de Santana realizou a audiência pública para esclarecer os diferentes aspectos do projeto. O que esse evento representa para o senhor? 

Marco Antônio — Essa audiência é parte do processo de obtenção da licença ambiental prévia. É um requerimento para que projetos como o nosso possam se cadastrar junto à EPE [Empresa de Pesquisa Energética, cuja finalidade é prestar serviços ao Ministério de Minas e Energia na área de estudos e pesquisas destinadas a subsidiar o planejamento do setor energético], habilitando-a para participar do leilão de energia previsto para ocorrer ainda este ano. 

BLOG — Qual é a importância da CL RJ 017 Empreendimentos e Participações S.A na geração de emprego e renda no Amapá? 

Marco Antônio — Nós temos dois instantes: o primeiro é a implantação da UTR MATAPI II, um processo estimado para ser concluído em três anos. Durante esse período, estamos prevendo que deva ser gerado, entre construção civil, montagem, transportes e outros, cerca de 800 vagas. Após o período de implantação, quando a usina estará em operação, esse número deve cair para 100 empregos fixos. 

BLOG — Interessante notar acentuada redução de vagas. Como o senhor explica isso? 

Marco Antônio — Apesar dessa queda aparente, com a usina em funcionamento a demanda por mão de obra entrará em espiral crescente porque os serviços auxiliares e outros correlatos, como a parte de manutenção e suporte da usina, estarão em crescimento, o que exigirá o ingresso de mais profissionais no mercado formal de trabalho.

BLOG —
Como a empresa pretende se relacionar com os trabalhadores amapaenses?

Marco Antônio — Posso garantir que temos experiências similares com outras empresas do grupo, em várias regiões do País. Temos uma política empresarial de qualificação de nossos colaboradores. Onde atuamos, firmamos parcerias com escolas profissionalizantes, a exemplo do SENAI [Serviço Nacional da Indústria], institutos de educação, para formar e qualificar a mão de obra local. 
A nossa visão é investirmos em formação de mão de obra nativa. Claro que também é preciso trazer gente de fora, profissionais com experiência; mas, o volume maior dessas contratações, em especial para a área operacional, é feita a partir de mão de obra local. 

SAIBA MAIS 
A CL RJ 017 Empreendimentos e Participações S.A é uma holding de instituições não financeiras, segundo consta na Receita Federal do Brasil. Isso significa que a empresa detém participação em diversos negócios, não apenas na área financeira, ou seja, atua em distintos setores como varejo, tecnologia, comunicação, energia, entre outros.

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