Erguido com um propósito de ajudar na economia do Amapá, um porto flutuante que custou quase R$ 500 milhões foi à pique em pleno Rio Amazonas, na cidade de Santana.
De acordo com as primeiras informações repassadas ao blog, a estrutura começou a adernar ainda na tarde desta segunda-feira (11), vindo a afundar por completo na madrugada desta terça-feira (12).
A Capitania dos Portos do Amapá informou à imprensa a empresa-responsável pelo referido porto flutuante (a Zamin) não vinha efetuando qualquer tipo de acompanhamento técnico da estrutura, o que pode ter acarretado em falta de manutenção do mesmo, vindo a sofrer com o sinistro.
“Nossa preocupação no momento é com as embarcações que trafegam e outros riscos sobre a navegação”, disse o comandante da Capitania dos Portos no Amapá, Fernando Cézar da Silva.
O Porto Flutuante da Zamin foi construído exatamente no mesmo lugar onde, em março de 2013, o porto construído pela Icomi há mais de 60 anos desabou matando seis operários da mineradora indiana.
Na época do ocorrido, a Zamin havia acabado de adquirir o direito de exploração do minério de ferro que era da britânica Anglo American, e já estava utilizando o porto para escoamento do ferro de Pedra Branca do Amapari quando o acidente aconteceu.
O evento paralisou o setor mineral, quebrou dezenas de prestadoras de serviço da Zamin e resultou no abandono da estrada de ferro do Amapá. O caso virou uma ação judicial que está sendo analisada por uma vara de conflitos empresariais no Estado de São Paulo.
No final daquele mesmo ano (2013), a Zamin adquiriu um novo porto flutuante com tecnologia de última geração na Holanda, país considerado a elite da indústria náutica e portuária mundial.
O porto foi trazido desmontado em balsas, e construído pela empreiteira Mendes Júnior, que teria abandonado os trabalhos antes da conclusão da montagem em razão da falta de pagamento.
O engenheiro mecânico Manuel Romero, que trabalhou durante 30 anos na Icomi e se tornou especialista no porto, explica que o novo porto flutuante da Zamin não tinha nenhum tipo de vigilância. Por isso, ladrões invadiram várias vezes a balsa que sustenta o porto para furtar bombas, fiação elétrica e outros componentes elétricos da estrutura.
O compartimento que dá acesso ao interior da balsa, chamado de “tampa de visita”, ficou aberto durante toda a estação chuvosa.
“A balsa é como se fosse uma gigantesca caixa que os ladrões nunca se preocuparam em fechar. (…) Então, com a chuva constante, o local foi enchendo, e a água foi para o local mais baixo. Ali cabem 6 mil toneladas de água. Esse peso só de um lado, com a maré baixa, fez a estrutura perder o equilíbrio. Com a vazante não tinha mais a água de fora neutralizando a água de dentro”, explicou.
Várias informações foram colhidas do site do Seles Nafes
QUE SAUDADE DA ICOMI!!!!
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