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Estudante Caio Álvaro |
Um adolescente como tantos da sua idade, que carregam em mente a ideia firme de serem independentes e crescerem dentro do mercado de trabalho.
Com uma aparência de rapaz de poucas palavras, mas bem concentrado com suas respostas e objetivas, Caio Álvaro Guedes, de 17 anos, atravessou um dos momentos mais difíceis de sua vida no início da tarde da última sexta-feira (24/03), quando seguia com destino ao Campus do Instituto Federal do Amapá (IFAP), localizado numa das rodovias mais perigosas do Estado: a Duca Serra.
Aluno do 2º ano do curso técnico em Marketing, Caio havia deixado sua residência – situada no bairro Paraíso, zona norte de Santana – no horário convencional de aula, no início daquela tarde, acompanhado de outros colgas de turma.
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Acidente em frente ao Campus IFAP de Santana |
“Costumo ir de ônibus por achar um pouco arriscado andar naquele trecho da ferrovia que passa próximo da escola, é bem mais seguro andar de ônibus e bem acompanhado”, explicou o estudante.
Apesar de buscar com toda cautela e segurança pessoal durante seu trajeto à entidade de ensino, Caio não escapou de ser mais vítima do trânsito desorganizado que o Poder Público procura não dispor para a sociedade.
Ao desembarcar no ponto de ônibus que fica em frente ao IFAP (porém, do lado oposto à pista rodoviária), Caio atentou para o cuidado na ora de atravessar a Rodovia Duca Serra, diante daquele horário, considerado um dos mais movimentados e tensos pelos condutores.
Caio retornou às aulas |
“Olhei bem para os dois lados e percebi que tinha como atravessar, apesar de ainda está passando alguns carros”, detalhou.
Apesar da atenção tomada para atravessar a pista, o estudante não escapou de ser inesperadamente surpreendido por uma motocicleta que vinha no sentido Macapá/Santana e tentava uma ultrapassagem indevida por um caminhão que chegou a ser visto por Caio.
“Vi quando o caminhão seguia pra Santana, mas não dava pra ver se tinha outro veículo bem atrás dele”, detalhou.
Impacto inesperado
Segundo relatos de seus colegas (que testemunhavam de maneira assustada toda a situação), Caio foi atingido pela lateral, vindo a capotar por diversas vezes a uma distância de quase dez metros.
“Machuquei bastante meu braço direito e o quadril, que ainda dói um pouco, mas nada que não fosse superficial”, pontuou.
Estudante Caio ao lado da mãe Micy |
O impacto entre o estudante e a motocicleta (que estava lotada por duas pessoas) congestionou de imediato o trânsito na rodovia que já registrou – somente em 2016 – mais de 160 acidentes ao longo de seus 27km de extensão.
Comunicado
Outra pessoa que também acabou sendo pega de surpresa foi Micy Silva, mãe do estudante que, segundo a mesma, fazia poucos minutos que o filho havia deixado sua casa, em plena saúde e disposição física.
“Uns 15 minutos depois que ele saiu de casa, alguns professores dele me ligaram falando do que tinha acontecido. Não pensei muito e fui correndo para o pronto-socorro”, contou a mãe, que tomou conhecimento que o filho havia sido levado em um carro particular para a maior unidade de saúde de Santana. “Disseram que não havia ambulância e levaram logo ele dentro de um carro”.
Para Micy – que também tem problemas cardíacos e já passou por diversos tratamentos médicos correlatos – a notícia do acidente com o único filho que tem, lhe deixou mais apreensiva em relação ao deslocamento do estudante até para aquele Instituto, situado em um ponto de intenso movimento.
“É um trecho muito perigoso e bastante complicado de atravessar por quem estuda lá”, descreveu Micy, que ainda acompanhou o filho acidentado para Macapá, foi precisou fazer outros exames detalhados, para verificar nenhuma sequela física deixada pelo ocorrido.
Providências
Cobrando que ações sejam tomadas o quanto antes naquele trecho da Rodovia Duca Serra (em frente ao IFAP), Micy e o filho Caio estiveram na noite dessa quinta-feira (30) na Câmara de vereadores de Santana, onde conversaram pessoalmente com o vereador Dr.º Fabiano sobre as melhoras do estudante.
Vereador Drº Fabiano conversou com o estudante |
Para o vereador, providências estão sendo cobradas das autoridades competentes há mais de dois meses, quando já se previa que acidentes comparados ao do estudante Caio aconteceriam.
“Não é de hoje que estamos exigindo providências naquele local, principalmente no horário da noite, onde o trafego é bem mais intenso e arriscado. Agora é que cobraremos mais ainda depois desse acidente com o estudante”, garantiu o vereador.
Para a mãe de Caio, a certeza de que algo será feito para evitar que episódios como esse – vivido pelo estudante – não se repitam, retira a sensação de insegurança materna que ela atravessou.
“Ele é tudo que tenho de bom e ainda me preocupo demais quando ele vai para Escola. Sei do cuidado que ele toma, mas o trânsito dali que não é de confiança, mas acredito que algo será feito para controla-lo”, finalizou Micy.
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