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Casal vinha lutando na justiça desde 2010 |
Após um longo processo judicial, iniciado há quase seis anos, foi possível que um casal homossexual do município de Santana, conseguisse adotar uma criança. A técnica em enfermagem Joyce Nazário, de 37 anos, e a professora Magna Luz, de 52 anos, agora têm os nomes na certidão de nascimento da filha, a pequena Emanuele Luz, de 8 anos. O documento foi emitido na quinta-feira (15/09) da semana passada, no Cartório da cidade.
A criança já vinha sendo criada pelo casal desde os 10 meses de vida. Emanuele é filha biológica do irmão de Joyce, Eglison Nazário, que morreu no desabamento no porto da Anglo Ferrous, em março de 2013. Em 2010, Eglison – que ainda estava vivo – teria oferecido a filha para ser adotada pelas duas mulheres, mas o nome paterno seria mantido na certidão da criança.
“A gente queria muito ter esse papel. Mas a gente já tinha lutado tanto que chegamos a pensar que não conseguiríamos. E isso não iria fazer diferença, porque o que vale é todo o amor, carinho e a atenção que demos a ela”, comentou Joyce.
Desde então, o processo judicial iniciou em outubro de 2010, sob o consentimento de Eglison ainda era vivo. A mãe biológica da criança não queria inicialmente que o nome dela fosse retirado do documento de Emanuele. Somente após a morte inesperada de Eglison, em 2013, foi que a mãe biologica concordou com a adoção.
“Eu acho que depois da morte dele [Eglison], ela [mãe biológica] analisou que era algo que ele queria muito. Ela nos procurou, querendo fazer valer a vontade dele. Graças a Deus teve a audiência, e eu só tive a reação de chorar. Eu achei tão nobre da parte dela de abrir mão da Emanuele”, disse Magna.
Agora, tendo como filiação Joyce, Magna e Eglison, Emanuele tem uma nova data para celebrar o aniversário de vida. “Ela disse que nasceu nesse dia. Essa é mais uma data para comemorar”, acrescentou Joyce.
O registro foi um dos primeiros no Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap), segundo a juíza titular da Vara da Infância e Juventude de Santana, Larissa Noronha.
“As famílias homoafetivas são exemplares na construção de família através da adoção. O que mais temos no cadastro de pessoas habilitadas para a adoção são casais homoafetivos ou pessoas solteiras, mesmo homossexuais, mas isso não faz diferença para nós na hora da adoção. O que faz a diferença é o amor e os cuidados dispensados por estas famílias”, descreveu a juíza.
Nota: Algumas informações foram tiradas do G-1 Amapá
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