Modelo vítima do trânsito completa 5 anos em coma e sem tratamento neurológico adequado

Rarison era modelo quando sofreu o acidente
Nesta sexta-feira (16), o modelo Rarison Ricardo Miranda Vitória completa cinco anos em coma, vivendo sobre uma cama, com uma rotina bem diferente da que tinha antes de sofrer um acidente no dia 16 de novembro de 2013, na Rodovia JK, que liga Macapá à Santana. Nesse tempo, a família tenta conseguir tratamento neurológico adequado para o amapaense. 

Rarison completou 30 anos no dia 7 outubro. Teve festa com direito a bolo, mas a mãe dele, a enfermeira Rosely Miranda, de 52 anos, afirma que poderia ter sido uma data com muito mais a comemorar, caso ele tivesse assistência multiprofissional suficiente. 

“Ele está tendo uma evolução, sim, é lenta, mas tem. Se ele tivesse tido o tratamento adequado desde o início, a evolução dele teria sido muito maior”, diz a mãe Rosely.

Rarison Ricardo segue há 5 anos em coma
Atualmente, segundo ela, o filho é atendido por uma fonoaudióloga voluntária, além de uma fisioterapeuta (que atende três vezes na semana) e também um neurocirurgião, tudo por meio de consultas particulares. 

Pelo sistema de saúde pública, Rarison tem acompanhamento através do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), que fornece consultas semanais fisioterápicos, mas sem especialidade. Através da rede estadual, o modelo recebe assistência nutricional. 

O tratamento é feito na própria casa da família, onde fica Rarison, em Santana, a 17 quilômetros de Macapá. Para a mãe, o filho precisa de uma rede maior de multiprofissionais, incluindo terapeuta ocupacional, enfermeiro e técnico de enfermagem, para tratar as lesões. 

“Era para meu filho ser paciente do Estado, para mandar um fisioterapeuta todo dia aqui. O Nasf não tem profissionais suficientes. Eles têm o dever de cuidar do cidadão, mas isso foi negado ao meu filho. Consulta uma vez na semana não dá evolução, por isso pago uma fisioterapeuta. Se ele têm atrofias, é graças a essa irresponsabilidade”, falou Rosely, que usa a própria formação profissional para tentar ajudar o filho. 

Desde que Rarison está em coma, a família luta na Justiça Federal para que o modelo seja acompanhado por esses profissionais e receba o tratamento neurológico para o grave traumatismo cranioencefálico que ele sofreu no acidente. 

Cama de Rosely fica no mesmo quarto do filho
O Estado defende, desde então, que “por se tratar de um paciente acamado, em casa, compete ao município onde reside disponibilizar o atendimento solicitado”. 

Em 2014, o modelo chegou a ser encaminhado para Belo Horizonte, em Minas Gerais, mas não recebeu o tratamento que precisava, porque a unidade de saúde não era especializada. Ele retornou para o Amapá 11 meses depois, em 2015, após a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) atender a uma decisão da Justiça Federal para o transporte de volta. 

Rotina em casa 
Os custos para manter Rarison vivo vão desde contratação de médicos e especialistas, à compra de remédios, alimentação específica, fraldas e outros produtos de higiene pessoal. 

Nestes 5 anos, ele já passou por pneumonias, paradas cardíacas e contraiu bactérias, das quais conseguiu se recuperar. Rarison saiu do coma profundo, e está em coma vigil, vivendo sobre uma cama em um quarto dentro de casa, sem conseguir se movimentar sozinho. Ele sofreu alguns danos, como as atrofias, devido à falta de tratamento especializado, segundo Rosely. Ele também convive com bolsa de colostomia. 

Apesar das restrições, a mãe detalha que o filho tem conseguido se recuperar lentamente, como movimentar os olhos, a cabeça e as mãos. Rosely afirma que Rarison, há um mês, movimenta as cordas vocais como se quisesse falar. 

Do lado da cama do modelo fica a cama da mãe, que se dedica quase que 24 horas por dia ao filho, tudo para ver a recuperação total dele. É ela que coloca ele para ouvir música e assistir filmes. Além da mãe, os outros três filhos, amigos da família e outros familiares também se revezam na atenção e cuidados do Rarison. 

“O amor que eu tenho pelo meu filho me faz acreditar que ele vai ter boa qualidade de vida. Algumas pessoas acham que eu acho que ele vai levantar, andar. Eu gostaria desse milagre, mas eu não tenho essa ilusão”, afirmou Rosely. 

Jovem vítima de acidente de trânsito aos 25 anos, Rarison comoveu muitos internautas, amigos e desconhecidos, que participaram de festas e outros eventos realizados para conseguir dinheiro para ajudá-lo. Também foram realizados manifestos e diversos posts na web pedindo que o Estado custeasse o tratamento fora do Amapá. 

Foi também na internet que foi marcada a hashtag #UnidosPeloRarison, que dá nome à página em uma rede social, onde a mãe descreve como está o modelo. É por lá que muitos ainda o acompanham. 

“Quero dar todo o carinho, toda a atenção, tudo que faça ele melhorar. Ele está vivo. Enquanto ele estiver vivo, eu vou cuidar dele”, finalizou Rosely. 

Acidente 
Segundo a família, o carro de Rarison sofreu um capotamento após perder a direção na madrugada do dia 16 de novembro de 2013, na Rodovia JK, que liga Macapá a Santana. Além dele, também estavam no veículo mais dois amigos, que não sofreram graves lesões.

Na época, a informação divulgada era de que Rarison era o motorista, mas depois, segundo a mãe, a família descobriu que um amigo dirigia o veículo. Com o impacto, o modelo sofreu traumatismo cranioencefálico. 

Ele foi levado para o Hospital de Emergências (HE) de Macapá e também foi internado no Hospital de Clínicas Alberto Lima (Hcal) 12 dias depois.

Informações postadas no G-1 Amapá

Comentários

  1. Copiando as notícias do outro blog e feio....aff

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    1. Obrigado amigo, pelo lembrete e muito mais agradecido por me acompanhar diariamente no meu blog.
      Só lembrando que ‘Feio’ é você postar sem divulgar a veracidade das fontes, conforme diz a legislação.
      Desde já, lhe desejo um ótimo final de semana!

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    2. Parabéns pelo blog em compartilhar informação salutar e pela dedicação em filtrar essas notícias que mostram o cotidiano santanense, em especial. Outro blog, nesse sentido, voltado para o município de Santana, não conheço. Parabéns mais uma vez pelo seu trabalho e por dá o crédito no final da matéria para as fontes de matérias quando é o caso!

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