Em nove meses, Santana registrou 17 casos de doença de chagas

A cidade de Santana já registrou 17 casos confirmados de doença de chagas, entre janeiro e setembro deste ano. Os dados são da Secretaria de Saúde do município, que fica a 17 quilômetros de Macapá. 

Enquanto que em agosto foram 10 pessoas infectadas, no mês seguinte foram 2 diagnosticados, e no bairro Remédios. 

Em todos os casos, segundo a secretaria, as pessoas foram infectadas após consumirem o suco do açaí contaminado produzido em batedeiras. 

Em agosto, foi registrado um surto de doença de Chagas no Amapá, com mais de 26 casos diagnosticados em Santana, Macapá e Laranjal do Jari. Após os números de agosto, a Superintendência de Vigilância da Saúde aumentou as fiscalizações e campanhas de combate e prevenção nos empreendimentos. 

“A gente trabalhou desde o início com a suposição de transmissão por meio de batedeiras de açaí. Coletando informações, a gente conseguiu confirmar isso. Tomamos todos os cuidados necessários com relação às batedeiras na proximidade das localidades [onde houve infecção], com orientação em relação à manipulação do produto”, falou Rosivano Albuquerque, secretário de Saúde de Santana. 

A secretaria explicou que nesta época do ano aumenta o número de casos da doença por causa da safra do açaí, período em que há a maior oferta do produto no mercado a um preço mais barato. Uma família, por exemplo, teve 5 casos confirmados. 

Os pacientes com a doença recebem acompanhamento médico no Centro de Referência de Doenças Tropicais (CRDT). Infectologista e cardiologista, além de exames foram colocados à disposição também dos diagnosticados. 

Em sete batedeiras de açaí foi constatado um grande risco de contaminação do produto. Diante do cenário, a secretaria reforça a aquisição do açaí de estabelecimentos que prezam por seguir os padrões de higienização do produto, como a catação e o branqueamento. 

Doença de Chagas 
A Doença de Chagas Aguda de Transmissão Oral é uma doença infecciosa grave, causada por um protozoário conhecido como Trypanosoma cruzi, que é transmitido pela ingestão de alimento contaminado com os parasitas presentes nas fezes dos insetos vetores, chamados de barbeiros. 

Embora casos de infecção já tenham sido ligados ao consumo de outros alimentos, o açaí é o item mais frequentemente associado a essa rota de transmissão. Entre as notificações registradas de 2007 a 2016 no Brasil, cerca de 95% ocorreram na região Norte, onde o consumo do suco fresco de açaí é um item tradicional da cultura alimentar. 

Os doentes podem apresentar um quadro de febre constante, inicialmente elevada, diarreia, vômito, dores de cabeça e musculares. Casos complicados podem evoluir com manifestações cardíacas, além do comprometimento do fígado e baço. 

O diagnóstico precoce e o tratamento imediato previnem as formas crônicas da doença e a ocorrência de óbitos.

Informações postadas no G-1 Amapá

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