Uma curiosa foto foi tirada de Santana há 70 anos

Muita gente já deve ter visto esta relíquia fotográfica acima, mas poucos devem ter pelo menos a idéia de imaginar o ano em que foi registrado este momento do chamado “período inicial da história de Santana”. 

Para os interessados na história santanense – ou apenas curiosos de plantão –, o tal registro aconteceu de maneira casual, em 1948, quando os técnicos enviados da empresa Indústria e Comércio de Minérios Ltda. (antiga ICOMI) estiveram visitando o então Território Federal do Amapá para efetuarem os primeiros estudos de construção de um porto dedicado exclusivamente para escoar o recém descoberto minério de manganês da região de Serra do Navio. 

De acordo com diversos depoimentos colhidos de ex-funcionários da mineradora ICOMI e baseado em históricos documentos da extinta administração territorial amapaense, o então governador Capitão Janary Nunes (que governou o Amapá no período de janeiro de 1944 a fevereiro de 1956) já vinha cogitando, desde meados da década de 1940, planos para construir o futuro Porto Comercial de Macapá numa área onde hoje está situada a Área Portuária de Santana, mas devido haver uma cláusula, descrita no acordo feito entre a mineradora ICOMI, o Governo Federal e o Governo amapaense, ficou decidido que uma extensa área de terras de Santana seriam temporariamente cedidas para a mineradora (a longo prazo), o que obrigou o governador Janary Nunes a buscar uma nova alternativa geográfica para seu grandioso projeto. 

Com isso, o prédio visto nesta foto foi na verdade levantado pela Divisão de Obras do Governo Territorial do Amapá (atual Seinf) em 1947 com intuito de servir de armazém público, mas acabou sendo entregue para a ICOMI no ano seguinte, funcionando como Almoxarifado da mineradora por quase duas décadas, até ser novamente devolvido ao Governo do Amapá que posteriormente cedeu o local para a extinta Brumasa (fabricante de compensados da região) por um curto período de uso, e atualmente vem sendo ocupado por pequenos comerciantes que lhe usam como pontos de vendas de comida e até de bebidas, fugindo totalmente dos reais objetivos assim utilizados há quase sete décadas.

Com isso, a referida relíquia fotográfica – registrada acima – havia sido clicada para servir como mais uma das obras públicas erguidas pelo governo amapaense da época, mas acabou direcionada para a iniciativa privada, deixando apenas esse importante registro para os anais da história santanense.

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