Mais de 20% da população de Santana vive em áreas de risco para alagamento

Mais de 20 mil santanenses vivem em área de risco
Um estudo identificou as principais áreas que correm risco de inundações nos municípios de Macapá e Santana. Nesse último, mais de 20% da população viviam em áreas de riscos em regiões alagadas. 

É o que aponta a pesquisa divulgada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais. 

Os dados são relativos a 2010, isso porque esse censo é realizado a cada 10 anos. Este último foi publicado na quinta-feira (28/06). 

Há 3 anos morando numa área de ponte no município de Santana, a 17 quilômetros de Macapá, Rosângela Alcântara conta já ter enfrentado muitos momentos difíceis durante a chuva. Como a área é alagada, a água invade a casa dela. 

“Já foi para o fundo o pátio e uma área lá atrás. A água sobe bastante” disse a dona de casa. 

De acordo com o estudo, os locais pontuados podem ficar inundados a qualquer momento. As áreas de maior risco estão nos bairros Fonte Nova, Paraíso, Nova Brasília, Remédios, Provedor e Baixada do Ambrósio. 

Em Macapá o estudo não é diferente. Em 2010 mais de 3,8 mil pessoas estavam nas áreas de inundação. Elas vivem em bairros próximos aos canais do Beirol, Pedrinhas, Jandiá e na área Central. 

“Na pesquisa é possível saber quantas pessoas moram nessas áreas, idade, renda, sexo, informações sobre o domicílio. Dá para mensurar, por exemplo, o tamanho do prejuízo, caso ocorra um sinistro. Essas informações são interessantes também para o trabalho posterior, como da Defesa Civil”, explicou o coordenador de divulgação do IBGE, Joel Lima.

Os dados também são importantes para os governos federal, estadual e municipal, para aplicação de políticas públicas específicas. A pesquisa aponta ainda que 11% das pessoas atingidas nessas áreas são crianças menores de 5 anos e 5% são idosos a partir de 60 anos. 

Nessas áreas alagadas, a maioria das famílias não tem acesso a água encanada e nem a energia elétrica legalizada. A maioria das ligações são clandestinas, o que gera grande preocupação com a saúde. 

É o caso do aposentado Francisco Sousa, morador do bairro Provedor, em Santana. Além do risco de sofrer com alagamento, ele vive em local onde a energia e o fornecimento de água são precários. Ele convive com o perigo diário de contaminação de doenças. 

“A água tem dia que tem, tem dia que não tem. Todo o dia falha energia. A água tem ocasião que vem só barro. Para consumir, a água é tratada com hipoclorito de sódio”, falou. 

Em nota, a Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa) informou que a equipe da gerência fez um levantamento no Provedor 2 e detectou que essa área tem muitas ligações clandestinas, e que o problema da falta se agrava à tarde, por conta das manobras que são feitas para atender o Provedor 1. Ainda segundo a empresa, a solução é ampliar a estrutura dos filtros da estação de tratamento, mas não há prazo para iniciar esse trabalho. 

Em relação a reclamação sobre a constante oscilação de energia, a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) informou que também existem ligações irregulares e, com isso, o fornecimento fica prejudicado. Uma equipe será enviada ao local para verificar a situação. A CEA alerta aos moradores que eles devem se regularizar junto à companhia.

Informações postadas no G-1 Amapá

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