A história do Turismo no Amapá começou aportando em Santana

Guias turísticos em frente ao Porto de Santana
Um dos muitos fatos marcantes que relaciona a cidade de Santana com o turismo interno e externo deve-se à chegada do transatlântico Rosa da Fonseca, que atracou no cais da ICOMI, na manhã do dia 21 de janeiro de 1964, trazendo cerca de 450 turistas de diversas nacionalidades. 

Promovido pela Touring Clube do Brasil, no roteiro do XXVI Cruzeiro Turístico, o Porto também considerado de Santana recebeu carinhosamente os turistas oriundos da Europa e parte da América do Norte. 

Os visitantes estrangeiros passaram o dia inteiro conhecendo alguns pontos pitorescos de Santana, como as estruturas habitacionais e administrativas da Vila Amazonas (cinema, supermercado, sede esportiva e hospital), assim como a área portuária e industrial da ICOMI em Santana, na qual tiveram conhecimento da importância socioeconômica da mineradora no Amapá. 

1964: Chegada do transatlântico em Santana
Em passeio pela capital amapaense, os visitantes visitaram a histórica Fortaleza de São José de Macapá, conheceram algumas obras desenvolvidas pelo Governo Territorial na cidade (construção de escolas e reformas de prédios públicos) e fotografaram o ponto 0º do Equador, levando como lembranças de que estiveram no meio do mundo. 

Por volta das 21 horas do mesmo dia (21), os visitantes retornaram para o transatlântico Rosa da Fonseca, onde continuaram sua excursão pelo resto da região amazônica, após considerarem, assim, inaugurada a era do turismo no Amapá. 

Os turistas não esconderam sua satisfação pelos esforços empregados pelos organizadores, para proporcionar-lhes a melhor estadia possível no então Território Federal do Amapá. 

Luxuoso salão interno do "Rosa da Fonseca"
Segundo a Comissão Territorial da Legião da Boa Assistência (LBA), os turistas do Rosa da Fonseca deixaram mais de um milhão de cruzeiros (cerca de R$ 10 mil) em rendas que foram coletadas por compras feitas de decorações, lembretes, filmes fotográficos e serviços extras. 

Outras informações do transatlântico Rosa da Fonseca
Para substituir antigos transatlânticos, a Companhia Nacional de Navegação Costeira (CNNC), no início de 1960, encomendou quatro transatlânticos de porte médio destinados à cabotagem brasileira, que levaram o nome de Rosa da Fonseca, Anna Nery, Princesa Isabel e Princesa Leopoldina, homenageando quatro mulheres que fazem parte da História do Brasil. 

Os dois primeiros foram construídos na antiga Iugoslávia; os dois últimos em estaleiros espanhóis. Eram gêmeos aos pares por país de construção. O Rosa da Fonseca media 180 metros de comprimento, deslocava 10.451 toneladas, tinha duas hélices, dois porões para carga geral, duas piscinas e transportava 540 passageiros. 

Em novembro de 1966 passou a integrar a frota do Lloyd Brasileiro. Foi vendido em 1975 para uma armadora que o revendeu para a OSK Lines. 

Em 1977, passou a ostentar no casco o nome Nippon Maru e fez cruzeiros pelo Extremo Oriente. Com o nome de Athirah, foi finalmente demolido em 1998. 

No livro “Navios e Portos do Brasil”, de autoria de João Emilio Gerodetti e Carlos Cornejo, um catálogo publicitário de 1970 aponta com todas as verdades o seguinte sobre o Rosa da Fonseca: “Festival de cruzeiros a bordo de um transatlântico brasileiro com conforto internacional. Luxuosa decoração interna, salão de festas, boate, bares, boutiques, capela, piscinas, amplos deques, dois salões de refeições e a cortesia de uma equipe especializada”.

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