Ventilador teria provocado incêndio que matou quatro da mesma família em Santana

Ventilador teria provocado início de incêndio
O Corpo de Bombeiros do Amapá divulgou nesta sexta-feira (21/07) o laudo que apontou a causa do incêndio que vitimou quatro pessoas da mesma família em Santana

A investigação apontou que um ventilador no quarto de um kit-net, onde dormiam cinco pessoas, teria aquecido além do normal e provocado as chamas no dia 15 de junho. 

A única sobrevivente da tragédia foi a pequena Daniele dos Anjos, de 3 anos, que recebeu alta após um mês internada com 50% do corpo queimado no Hospital de Emergências de Macapá (HE). No incêndio ela perdeu a mãe, o padrasto e os dois irmãos, de dois meses e de dois anos. 

De acordo com o relatório da Divisão de Perícia dos Bombeiros, o superaquecimento do ventilador teria provocado grande quantidade de fumaça, que confinada dentro quarto acabou explodindo rapidamente, num fenômeno conhecido como "flashover". 

A rapidez do incêndio impediu que alguém percebesse o começo do fogo que se alastrou na cama onde os cinco dormiam. Por estarem em lugar fechado, as chamas atingiram as vítimas que tiveram partes do corpo consumidas pelo fogo, além de inalarem muita fumaça. 

"Começou num ventilador de mesa que estava ao lado da cama em cima de uma cadeira de plástico. Por algum motivo começou o incêndio, mas não foi por motivo elétrico, pois não encontramos traços de fusão", detalhou o capitão Leomar Pimentel, chefe da Divisão de Perícia. 

Todos os fatores do acidente teriam acontecido em menos de três minutos. O incêndio ocorreu em uma vila de kitnets, e a perda foi considerada total pela equipe do Corpo de Bombeiros. Os móveis e objetos pessoais foram completamente destruídos. 

“Quando todo esse ar quente [fumaça] subiu, o oxigênio tem a tendência de descer, então quem estava na cama ficou em um local refrescante. No teto poderia estar uns 200 graus celsius, mas no primeiro momento a temperatura estava agradável embaixo. Com o calor lá em cima, rompeu o PVC do forro, queimou, e com esse rompimento teve contato com mais oxigênio e explodiu. Foi nesse momento que todas as vítimas entraram em combustão”, detalhou o tenente. 

Para evitar fatalidades como a ocorrida com a família, os Bombeiros recomendam a percepção em casa sobre qualquer alteração de temperatura em equipamentos eletrônicos, onde o aquecimento repentino combinado com a queda no rendimento do aparelho podem ser sinais. 

Vítimas 
O pai da família Josivaldo César da Silva, de 41 anos, morreu no dia 21 de junho por insuficiência respiratória. Ele estava desde o incêndio em coma na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HE com quase 90% do corpo queimado. 

A esposa de Josivaldo, Débora Ferreira dos Anjos, de 21 anos, morreu após ficar 24 dias internada. Ela também permaneceu em coma desde o dia do incêndio. 

A mulher foi a quarta vítima do caso a falecer. Outros dois filhos do casal, um bebê de 2 meses e um menino de 2 anos, não resistiram aos ferimentos e morreram horas depois da tragédia. 

As crianças sofreram com complicações causadas pelas queimaduras e chegaram a ser atendidas no hospital.

Informações do G-1 Amapá

Comentários