Ônibus são apedrejados durante trajeto intermunicipal

Vidro do coletivo ficou destruído com pedrada
Diariamente, a vida de dezenas de pessoas vem sendo colocada em risco quando atravessam alguns trechos da Rodovia Duca Serra, via estadual que a capital amapaense com o município de Santana. 

Tanto passageiros, como cobradores e motoristas estão temendo por uma ação que ocorre de maneira inesperada em algum lugar do percurso de 25km da rodovia: um apedrejamento que é feito por elementos – segundo relatos, menores de idade – que agem em locais pouco visíveis durante a rota. 

Nos últimos 10 dias, já foram registrados quatro casos de coletivos que sofreram danos durante o tráfego pela Rodovia Duca Serra, sendo que em um desses casos, uma passageira foi gravemente atingida, vindo a perder o movimento parcial de um dos olhos. 

Pontos perigosos
Segundo relatos de quem utiliza os coletivos (principalmente dos motoristas e cobradores dos ônibus), pelo menos três (03) pontos já estão sendo considerados os trechos mais arriscados de serem atingidos pela ação desses vândalos: nas proximidades da Lagoa dos Índios e na lateral do muro de proteção da antiga Lixeira Pública de Santana. 

Trincado, o vidro do veículo precisou ser quebrado
pelo motorista (detalhe).
“Quando o ônibus vai saindo de Macapá, passando a empresa Etecon, eles jogam aquelas pedras enormes na direção dos vidros do ônibus e não querem nem saber se vai atingir alguém lá dentro”, relatou o estudante Marcelo Fernandes, que esteve presente em um desses coletivos que sofreu com essa ação na tarde desta terça-feira (02/11). “Eles jogam e se escondem atrás de alguma arvores ou mureta e ninguém consegue ver quem jogou”. 

O estudante ainda disse que o fato ocorrido nesta terça-feira chegou a deixar uma pessoa levemente ferida. “Um passageiro foi atingido no rosto pelos estilhaços, deixando um pequeno corte na bochecha, mas preferiu apenas mudar de lugar no restante da viagem”. 

Outro trecho também considerado perigoso está localizado nas proximidades da rotatória de saída do km-09 para pegar a Rodovia Tancredo Neves, no sentido do Conjunto Macapaba. Para os motoristas rodoviários, o trecho se torna mais arriscado no horário noturno, onde a visibilidade é inerte. 

Imagem externa do vidro quebrado do veículo.
“Quando sai do km-09 e pega a rodovia (sentido Macapá), só escutamos aquele barulho de vidro trincado, não dá nem para saber se veio de dentro para fora ou se foi somente de fora mesmo”, contou o eletricista Sandro Moreira, que utiliza a linha do km-09 no retorno do trabalho para sua casa em Santana. “Se estiver cheio o ônibus, aí é que eles agem mesmo”. 

Lesão grave
No último dia 26 de outubro, a vendedora Ana Cláudia Soares deu entrada no Hospital de Emergências (HE) de Santana com sérias lesões no olho esquerdo. 

Segundo relatou a vendedora na entrada do HE, causado pelos estilhaços de vidros de um ônibus que foi atingido por pedras jogadas por elementos que se encontravam na área interna da antiga Lixeira Pública de Santana. 

Passageiros ficaram assustados com a ação.
“O ônibus já estava entrando em Santana quando passava ao lado do muro da Lixeira, e daí sentir aquele impacto no meu rosto e muita dor. Coloquei a mão no rosto e vi que estava sangrando”, detalhou a vendedora, que foi amparada por outros passageiros que prestaram socorro no momento do ocorrido, incluindo o motorista. “Ele (o motorista) adiantou seu horário de chegada para ir direto para o Pronto Socorro, fico agradecida até por esse ato”. 

Para quem esteve no ônibus com a vendedora, descreveram que dois garotos (entre 10 a 12 anos) teriam sido os responsáveis pelo fato. “Eles subiram numa montanha de terra, dentro da área da lixeira e após jogarem várias pedras contra o ônibus, fugiram correndo”, detalhou um passageiro do coletivo. 

O blog entrou em contato com o Batalhão de Policiamento Rodoviário Estadual (BPRE) para saber se estavam cientes da situação, sendo que nos foi informado que o BPRE tem efetuado constantes fiscalizações nas rodovias estaduais, acompanhando toda e qualquer denúncia que lhe é repassada sobre esses trechos, mesmo sabendo fato desse tipo de ocorrência acontece em horários e locais diversificados das rodovias.

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